A empresa de escritórios compartilhados WeWork apresentou à Securities and Exchange Comission (SEC), nesta quarta, 14, os documentos para iniciar a oferta de suas ações. A empresa diz que espera levantar pelo menos US$ 1 bilhão com, mas ainda não definiu a data e nem onde isso acontecerá (não é possível saber se será na Nasdaq ou na Bolsa de Nova York). Com valor estimado em US$ 47 bilhões, a IPO da companhia deve ser os egundo maior do ano, ficando atrás apenas do Uber, que estava avaliado em US$ 82 bilhões.
Mais importante do que isso, a papelada confirmou algumas suspeitas de analistas, que são comuns das grabdes startups da economia compartilhada: o prejuízo da empresa é enorme ainda que ela apresente grandes taxas de crescimento.
Segundo os documentos, a WeWork teve prejuízo de US$ 1,9 bilhão em 2018, número maior que o US$ 1,8 bilhão o apresentado pelo Uber antes de se tornar uma empresa de capital aberto. Nos primeiros seis meses de 2019, o prejuízo da companhia somou US$ 904 milhões, aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.
Por outro lado, a empresa mostrou que nos primeiros seis meses do ano, a receita dobrou, atingindo a marca de US$ 1,5 bilhão.
A companhia diz que fechou os seis primeiros meses do ano com 527 mil membros (metade deles fora dos EUA), número muito superior aos 268 mil membros no mesmo período do ano passado e aos 401 mil membros em dezembro. A companhia opera 528 espaços em 111 cidades de 29 países no mundo. Entre os clientes, 40% são considerados corporativos, o que ajuda a afastar os temores de analistas de que a companhia seja extremamente dependente de startups.
A WeWork espera abrir escritórios em outros 169 localidades, o que pode abrir um mercado de US$ 945 milhões para a companhia. A empresa diz que o grande objetivo é estar em 280 cidades e atingir 255 milhões de pessoas.
Com US$ 2,4 bilhões em caixa, a companhia diz que espera levantar um crédito extra de US$ 6 bilhões para garantir seu crescimento apesar das perdas agudas.
Assim, o desafio da empresa será convencer os investidores de que o seu negócio é sustentável. Desde que abriram capital, Uber e Lyft, outras duas representantes da economia compartilhada, vem sofrendo com a instabilidade de suas ações. E analistas vem colocando em dúvida o investimento na empresa.
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