99 reage à alta da gasolina com auxílios; Uber diz que preço 'foge do controle' da empresa

Aplicativos de mobilidade tentam impedir debandada de motoristas, o que pode afastar clientes

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Foto do author Guilherme Guerra
Com gasolina em alta e baixa demanda de passageiros, pode haver debandada de motoristas de aplicativos de mobilidade como 99 e Uber Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Em reação à alta da gasolina no Brasil, a empresa de mobilidade 99 anunciou nesta quinta-feira, 19, medidas para amenizar o bolso dos motoristas da plataforma, que veem subir os custos para manter os veículos nas ruas. O Uber, principal concorrente, afirma que o preço do combustível "foge do controle" da empresa, mas afirma que já dá suporte para amenizar os gastos dos colaboradores parceiros.

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Controlada pelo grupo chinês Didi, a 99 irá zerar a taxa de intermediação cobrada dos motoristas em determinadas viagens — atualmente, a empresa 'morde' parte do valor de cada corrida. Isso significa que os parceiros ficarão com o valor total da viagem. A taxa zero será aplicada em dias e horários específicos nos próximos meses em todas as categorias de transportes, menos táxis.

De acordo com a 99, a cidade de São Paulo testa a medida desde julho e outras cidades do País deverão receber a novidade ao longo deste semestre. Os motoristas serão avisados "com antecedência" dos períodos em que haverá a taxa de intermediação, sem mais detalhes.

A companhia também anunciou a corrida turbinada, em que o motorista adquire, por determinado tempo, um pacote de bônus aplicado à dinâmica de preço da viagem. A 99 diz que não haverá repasse ao consumidor e garante que fará o subsídio.

"O aumento da gasolina impacta todos os setores, mas o de transporte sente os efeitos primeiro. Nosso compromisso com a sociedade é de continuar garantindo a geração de renda aos nossos motoristas parceiros, mas também seguir promovendo o acesso à mobilidade por parte das pessoas que precisam do serviço", afirma em nota a diretora de operações da 99, Livia Pozzi.

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Já o Uber declarou em nota ao Estadão que "o preço dos combustíveis foge do controle do Uber, mas entendemos a insatisfação e trabalhamos para ajudar os motoristas parceiros a reduzir gastos fixos".

A empresa americana declarou que já possui algumas medidas de auxílio aos motoristas, como parceria com a rede de postos Ipiranga, com o aplicativo abastece-aí para cashback e com a operadora Surf Telecom para descontos no consumo de dados dos aplicativos no plano pré-pago contratado.

A preocupação das empresas de mobilidade vem em um cenário em que motoristas sentem dificuldades para colocar os automóveis nas ruas, já que a alta da gasolina reduz o lucro desses profissionais nas ruas. Além disso, a demanda de passageiros por corridas ainda não recuperou o patamar pré-pandemia, o que afasta os colaboradores de trabalhar para essas empresas.

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