No último dia 16, a Amazon confirmou à agência de notícias Reuters que fez demissões nas equipes das áreas de dispositivos da varejista, que inclui a equipe da assistente de voz Alexa, sistema de inteligência artificial que opera nos aparelhos da companhia. A gigante americana do varejo vem realizando cortes na empresa desde a semana passada, que podem alcançar a marca de 10 mil pessoas demitidas em todo o mundo.
Segundo dados obtidos pelo veículo especializado Business Insider, nos primeiros três meses deste ano, a divisão “Worldwide Digital”, responsável pelos equipamentos de hardware da Amazon, sofreu com um prejuízo operacional correspondente a mais de US$ 3 bilhões. O maior prejuízo estaria relacionado ao dispositivo Alexa, motivo pelo qual a empresa resolveu focar as demissões.
Funcionários que conversaram com o Business Insider disseram que os desinvestimentos se tratam de uma “oportunidade desperdiçada”. “A Alexa é uma falha colossal na imaginação”, declarou uma pessoa, que preferiu manter o anonimato porque não o contrato de trabalho com a companhia não permite falar com a imprensa.
Ainda segundo o Business Insider, a divisão de hardware da Amazon projeta perdas operacionais de US$ 10 bilhões ao longo de 2022, tornando a unidade de dispositivos físicos da varejista a que traz mais prejuízos para a firma.
A respeito das demissões nas equipes de tecnologia, Dave Limp, executivo da área de hardware da Amazon, disse em comunicado: “Continuamos a enfrentar um ambiente macroeconômico incomum e incerto. Estamos mais comprometidos do que nunca com a Echo e a Alexa e iremos continuar a investir pesadamente neles”, declarou em resposta ao Business Insider.
A assistente de voz Alexa foi lançada em 2014 pela Amazon com o objetivo de ser uma tecnologia futurística e presente no cotidiano das pessoas, desempenhando tarefas que vão desde acender as luzes da casa e tocar música, até realizar compras online.
Na época, a estratégia do fundador e então CEO da Amazon, Jeff Bezos, era vender aparelhos por preço barato, de modo que a receita fosse gerada pelo uso do serviço, e não da venda do dispositivo — como fazem outras companhias do ramo, como a Apple. Até 2019, foram vendidos mais de 100 milhões de aparelhos inteligentes com a Alexa.
*Matéria atualizada em 22 de novembro, às 13 horas, para incluir prejuízo operacional da WorldWide Digital.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.