Apple pode entrar no mercado de robôs após fracasso dos carros autônomos

Companhia já testa robô capaz de seguir usuários e braço mecânico para apoiar chamadas de vídeo

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Foto do author Henrique Sampaio

Em um futuro próximo, a Rose, de “Os Jetsons”, pode ser um produto Apple a fazer parte da sua casa. Segundo fontes anônimas ouvidas pela Bloomberg, a companhia de Cupertino, Califórnia, está considerando bater de frente com empresas como a Tesla, a Amazon e a Boston Dynamics e investir na fabricação de robôs domésticos.

Dentre os experimentos que já estão sendo feitos pela empresa estão um robô capaz de seguir pessoas pela casa e uma espécie de braço robótico que move um display pelo espaço, presumidamente para acompanhar os movimentos de um indivíduo durante chamadas de vídeo ou lives, como um suporte robótico para celulares.

Apple já testa robô capaz de seguir usuário e braço mecânico para chamadas de vídeo, segundo agência de notícias Foto: Allison Dinner/EFE

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A reportagem diz que a Apple comunicou aos seus executivos que seus próximos projetos seriam focados em três áreas: automotiva, doméstica e realidade mista. Com o óculos de realidade mista Vision Pro lançado no dia 2 de fevereiro a US$ 3,5 mil e o projeto automotivo cancelado na surdina em março – após o investimento de bilhões –, restam os projetos voltados ao lar, incluindo os robôs.

Um dos engenheiros do projeto de carros elétricos da Apple, recentemente descartado, já teria sido realocado para a divisão de produtos domésticos para trabalhar nos robôs. Em seu site, a Apple tem vagas abertas relacionadas à robótica.

Segundo as fontes, contudo, os projetos ainda estão em fase inicial de pesquisa e ainda não há nenhum comprometimento da Apple com seu desenvolvimento. A companhia ainda está insegura sobre o interesse dos consumidores na compra de robôs domésticos de alto custo.

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Tensões elevadas

Os robôs fazem parte de um esforço da companhia na busca por novos produtos que possam aumentar sua receita. Embora ainda tenha a maior parte do mercado americano de smartphones, a companhia teve revéses recentemente. A Apple perdeu US$ 113 bilhões (R$ 563 bilhões) em valor de mercado no final de março após o governo dos EUA acusar a fabricante do iPhone de práticas de monopólio por meio do seu smartphone. O iPhone, maior sucesso da companhia, representou 52% dos US$ 383.3 bilhões em vendas da empresa no ano passado.

Na Europa, a companhia está tendo que se adaptar à nova Lei dos Mercados Digitais, que determina que as big techs devem permitir que os desenvolvedores de apps possam levar os usuários para fora de seus ecossistemas. Além de ter que permitir marketplaces alternativos, a Apple não poderá mais contar com uma comissão de 30% sobre valores praticados na App Store.

No começo do ano, a Microsoft ultrapassou a Apple e se tornou a empresa mais valiosa do mundo, em função de seu grande investimento em IA.

Dentre os próximos produtos que devem ser lançados pela Apple, segundo a Bloomberg, estão uma versão atualizada do Vision Pro, computadores com telas sensíveis ao toque, AirPods com câmeras embutidas e novas tecnologias de monitoramento de saúde.

Paralelamente, a companhia também trabalha em seu próprio modelo de inteligência artificial, que não apenas beneficia sua própria linha atual de produtos, como o iPhone, mas também pode fazer parte dos seus robôs. Segundo a reportagem, partes do projeto descartado do Apple Car, como o sistema operacional dos veículos serão adaptados para os robô, tal como aconteceu como sua própria IA, associada originalmente ao projeto dos veículos autônomos.

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