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Apple corta custos para evitar demissões em massa; veja o plano da empresa

Companhia dona do iPhone tem adiado bônus a executivos, postergado projetos incertos e controlado orçamentos de equipes com aprovações em alto escalão

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Por Redação
Atualização:

A Apple é a única entre as principais gigantes de tecnologia a não realizar demissões em massa, que têm atingido milhares de trabalhadores do setor desde o ano passado. A razão está em um plano de ajuste de gastos conduzido pela empresa desde o ano passado, segundo detalha em reportagem a agência de notícias Bloomberg, publicada no último domingo, 19.

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O corte de despesas da Apple começa com o congelamento de contratações em diversas áreas, bem como a dispensa de recrutadores temporários da empresa. Além disso, funcionários de lojas relatam à Bloomberg que demissões por desempenho (que têm se tornado mais comum, dizem) não têm as vagas repostas pela empresa.

Projetos tidos como incertos (como o desenvolvimento de um HomePod com tela sensível ao toque, similar ao rival Echo Show, da Amazon) foram adiados ou cancelados inteiramente. A ideia é alocar os recursos de pesquisa e inovação em projetos mais urgentes e rentáveis.

Outro ponto está no adiamento de bônus a equipes de executivos, que antes recebiam as bonificações duas vezes ao ano. Agora, diz a agência de notícias, a Apple vai realizar o pagamento de uma só vez em toda a empresa no mês de outubro, o que permite manter o caixa por mais tempo.

A Apple também está exigindo aprovações de compras de itens com executivos do alto escalão, algo que não acontecia anteriormente. E o orçamento para viagens foi enxugado “significativamente”, diz a Bloomberg — alguns departamentos da companhia foram proibidos de realizar no curto prazo novas viagens corporativas que não sejam essenciais.

Além disso, gestores estão exigentes sobre o comparecimento ao escritório (que acontece obrigatoriamente às terças, quartas e quintas-feiras) e rumores entre os funcionários apontam que isso é um critério para as demissões.

Apesar dos cortes, a Apple permanece como a empresa mais valiosa do mundo, com avaliação superior a US$ 2,49 trilhões. No último trimestre, a empresa registrou lucro de US$ 30 bilhões, superior a qualquer rival, e registrou caixa de US$ 165 bilhões.

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Demissões nas Big Techs

Essas medidas são para evitar o cenário de demissões que tem afetado o mercado de tecnologia como um todo, incluindo as gigantes da tecnologia (batizadas informalmente de Big Techs).

Nesta segunda-feira, 20, a Amazon anunciou a dispensa de mais 9 mil pessoas no mundo, terceira rodada de cortes na empresa desde novembro de 2022. Ao todo, a gigante do varejo enxugou seu quadro de funcionários em 27 mil pessoas desde então.

Desde 2022, com o aumento de juros nos Estados Unidos e a recuperação da pandemia, as empresas de tecnologia sofrem com a reorganização de equipes e produtos — ao todo, mais de 90 mil pessoas já perderam seus empregos em movimentos de demissão em massa no setor.

Em novembro do ano passado, a Microsoft dispensou 10 mil pessoas e o Google anunciou a demissão de outros 12 mil funcionários. Já a Meta, holding do Facebook, Instagram e WhatsApp, demitiu 11 mil pessoas no mesmo mês e anunciou uma nova rodada de cortes na última semana, atingindo mais 10 mil pessoas.

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