Depois de se tornar a primeira empresa a ser avaliada em US$ 1 trilhão, a Apple dobrou a meta e tem um segundo recorde para chamar de seu. A empresa responsável pelos iPhones ultrapassou nesta quarta-feira, 19, por volta das 11h40, a marca dos US$ 2 trilhões em valor de mercado, com o preço da ação valendo US$ 467,63 no pregão da Nasdaq — na sequência, o valor permaneceu oscilando. Com o feito, a Apple torna-se a primeira empresa americana a atingir o segundo trilhão — a petrolífera Saudi Aramco já havia chegado a essa avaliação no ano passado.
A título de comparação, a quantia de US$ 2 trilhões é o superior à riqueza de 170 países, incluindo o Brasil, de acordo com dados do Banco Mundial. Se o valor de mercado da Apple fosse uma nação, ela seria o país o 8.º país mais rico do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Índia, Reino Unido e França.
Especialistas ouvidos pelo Estadão nesta semana dizem que a alta da fabricante de iPhones é impulsionada pelo bom desempenho das empresas de tecnologia nas bolsas mundiais durante a pandemia, que estimula o uso de aparelhos e serviços online pelas famílias e empresas que seguem o isolamento social em confinamento. "A percepção do mercado é de que esse movimento não é efêmero. Mesmo antes da pandemia já existia uma grande expectativa de crescimento no setor de tecnologia", afirma Francine Balbina, analista de fundos internacionais da Spiti. "Acrescenta-se a isso o fato de Apple ter receita ao redor do mundo todo e de as empresas de tecnologia terem atraído nos últimos meses diferentes perfis de consumidores".
Ajudou também uma informação na última quinta, 13, de que a empresa deve lançar um pacotão de assinaturas para turbinar seus serviços, como a Apple TV+. A divisão de serviços é atualmente a joia da coroa da companhia - tanto empresa quanto investidores apostam alto no setor.
Além disso, investidores animaram-se com o mais recente balanço trimestral da fabricante americana, divulgado em 30 de julho. Durante a pandemia do novo coronavírus, a Apple viu todas as categorias de seus produtos cresceram nos cinco continentes e a receita subiu para US$ 59,7 bilhões, alta de 11% em relação ao mesmo período do ano passado. Os responsáveis pelo impulso foram o iPhone SE, modelo de celular mais barato e lançado em abril passado, e os serviços da empresa, como os streamings Apple Music e Apple TV+.
Em outubro, deve ser lançada a próxima geração de iPhones, com conexão 5G e maiores tamanhos de tela, de acordo com rumores vindos da cadeia de produção. Por ainda ser a principal fonte de receita da empresa de Cupertino, sucesso de vendas e não atrasar o lançamento dos smartphones são essenciais para o futuro da empresa.
As rivais trilionárias Amazon, Microsoft e Google também estão em ascendência ao longo da pandemia. A Amazon, por exemplo, registrou seu maior lucro trimestral da história no intervalo entre abril e junho de 2020, mostrando que mais pessoas estão confiando no comércio eletrônico para comprar produtos sem precisar sair de casa. Microsoft e Amazon estão avaliadas atualmente em cerca de R$ 1,6 trilhão — ambas apresentaram resultados bastante positivos na quarentena. Já o Google, mais atrás, está na casa do US$ 1 trilhão.
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