Apple ‘pede socorro’ ao Google para levar IA generativa ao iPhone

Segundo agência, companhia considera licenciar IA do Google enquanto desenvolve sua própria tecnologia

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Foto do author Henrique Sampaio

A Apple está negociando a implantação do Gemini, modelo de inteligência artificial generativa do Google, no iPhone ainda em 2024, segundo a Bloomberg. A reportagem afima ainda que a companhia de Cupertino, Califórnia, também esteve em contato com a OpenAI (parceira da Microsoft) e considerou usar em seus aparelhos o popular ChatGPT. De acordo com as fontes do Bloomberg, as duas gigantes ainda não decidiram como o Gemini seria utilizado.

Um acordo entre a Apple e o Google poderia impulsionar o Gemini aos mais de um bilhão de usuários do iPhone espalhados pelo mundo, além de representar uma ameaça à OpenAI. Segundo pesquisas, o ChatGPT corresponde a aproximadamente 60% da fatia de mercado de IA generativa.

Apple teria recorrido ao Google para entrar na corrida da IA  Foto: Aly Song/Reuters

O Google lançou seu chatbot IA em fevereiro de 2023, mas ele vem apresentando erros nos resultados - recentemente, a companhia foi impactada por uma controvérsia quando usuários descobriram que a IA gerava imagens de figuras históricas com imprecisões raciais, como um soltado nazista negro. O Google admitiu o erro e suspendeu temporariamente a opção de geração de imagens da IA.

AppleGPT? Companhia está desenvolvendo IA na surdina

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Apesar de não tocar no assunto, a Apple vem desenvolvendo internamente seu próprio LLM (large language model ou grande modelo de linguagem) batizada de Ajax – informalmente é chamada de AppleGPT. Segundo a Bloomberg, a tecnologia da Apple ainda é inferior à das concorrentes, razão pela qual a empresa está optando por uma parceria.

Contudo, um recente artigo acadêmico discretamente publicado por pesquisadores da Apple mostram que a companhia está obtendo êxito no desenvolvimento de novos métodos para treinar LLMs tanto em texto quanto em imagens. O artigo descreve um modelo proprietário com suporte a até 30 bilhões de parâmetros e capaz de “alcançar performance competitiva”. As técnicas desenvolvidas pela Apple teriam a capacidade de trabalhar com conjuntos de dados “cada vez maiores e com melhor desempenho e confiabilidade”.

Anteriormente, em dezembro, a Apple publicou um artigo sobre um método para rodar LLMs no smartphone, sem depender de processamento na nuvem, como os chatbots mais populares. A técnica usa a memória flash de forma complementar à memória RAM para fornecer mais desempenho ao celular.

A Apple também comprou recentemente a startup DarwinAI, que desenvolve LLMs que podem ser usados em smartphones. Em fevereiro, Tim Cook, CEO da Apple, afirmou que o iOS 18 terá integração com IA generativa. Resta saber se a IA em questão será proprietária ou licenciada do Google ou OpenAI.

A nova versão do iOS, com IA generativa, deve ser apresentada em junho no WWDC 2024 e lançada em setembro.

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