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Brasil foi o campeão de ataques digitais do tipo ‘phishing’ em 2020

Digitalização dos serviços online durante a pandemia fez com que usuários ficassem mais vulneráveis

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Foto do author Guilherme Guerra
Brasil foi o maior alvo de ataques de phishing em 2020 Foto: Pexels

Em 2020, os brasileiros foram os maiores alvos de ataques do tipo “phishing”, no qual os criminosos se passam por contatos ou instituições legítimas para roubar senhas ou aplicar golpes. Segundo estudo feito pela empresa de cibersegurança Kaspersky, o Brasil ficou em primeiro no ranking mundial, totalizando 19,9% dos casos detectados pelos sistemas de segurança da companhia instalados nos aparelhos dos usuários. O País não ocupava a primeira posição desde 2018 e, em 2019, ficou na segunda colocação, com 30,2%.

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O phishing é uma forma de ataque na internet que busca conseguir informações pessoais do usuário, como número do cartão de crédito ou senha do banco. Os golpes consistem em uma mensagem falsa enviada para a vítima, fazendo-se passar, por exemplo, por uma instituição financeira com uma comunicação bastante verossímil ao clonar ao site do banco. 

As formas mais comuns de receber uma mensagem desse tipo é por e-mail, mensagem de texto ou aplicativos mensageiros como WhatsApp. Especialistas recomendam que os usuários evitem clicar em links suspeitos e instalem software de segurança nos computadores e celulares para detectar sites fraudados.

“O objetivo do phishing é despertar algo na vítima, seja medo, curiosidade ou ganância. E tentar fazer com que ela clique no links”, explica Fábio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil.

Os motivos que fizeram com que o País subisse no ranking são atribuídos à pandemia. Devido à quarentena exigida como medida sanitária contra o novo coronavírus, houve aumento na digitalização no setor financeiro e as pessoas passaram mais tempo conectados à internet, “De certa forma, isso abre brechas para o ataque de phishing”, explica Assolini, acrescentando que o “phisher” brasileiro é muito criativo nos diferentes usos e bastante ativo, seja direcionando a mensagem para um único alvo ou massivamente.

Não é coincidência, portanto, que Portugal seja o segundo país no levantamento da Kaspersky, com 19,7%, ante a quarta posição do ano anterior (25,6%). Para Assolini, o movimento não é uma surpresa: “O fraudador brasileiro se especializou em fraudes internacionais e ele adapta a linguagem para o português local”. Foi detectado, por exemplo, que fraudadores replicavam a mesma mensagem nos dois países, mas com diferenças na grafia, como na palavra “ato” e “acto”.

No ranking, a França é a terceira colocada (com 17,9%). Depois vêm Tunísia (17,6%), Guiana Francesa (17,6%), Qatar (17,3%), Camarões (17,3%), Venezuela (16,8%), Nepal (16,7%) e Austrália (16,5%).

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A Kaspersky afirma no levantamento que 2021 também não será um ano fácil para as fraudes na internet com a continuação da pandemia de covid-19. 

“A tendência é que esses ataques aumentem”, explica Assolini. “Ainda estamos no meio da pandemia. Há muito trabalho remoto e muita gente usando serviços online, com instituições incentivando que as pessoas façam usos dos canais de internet. Isso tudo é um motivador mais do que suficiente para que os fraudadores continuem seus ataques.”

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