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Caminho para o sucesso da Nvidia foi cheio de ‘desespero’ e ‘tortura’, diz CEO Jensen Huang

Empresa, que se tornou essencial para o desenvolvimento de IA, já está entre as três companhias mais valiosas do mundo

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Por Seamus Webster (Fortune)

A Nvidia tem se tornado especialista em quebrar as expectativas. A capitalização de mercado da empresa aumentou 160% nos últimos seis meses, chegando a US$ 3,10 trilhões, à medida que a corrida para lucrar com inteligência artificial (IA) lançou a fabricante de chips na posição de terceira empresa mais valiosa do mundo, atrás apenas da Apple (US$ 3,30 trilhões) e da Microsoft (US$ 3,25 trilhões).

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Para o CEO da Nvidia, Jensen Huang, a ascensão foi igualmente meteórica. A fortuna de Huang aumentou mais de US$ 62 bilhões este ano, chegando a US$ 106,1 bilhões, e ele ultrapassou o astro da tecnologia Michael Dell para se tornar a 13ª pessoa mais rica do planeta.

Mas o homem que está à frente da ascensão histórica da Nvidia não escondeu o quão difícil foi o caminho para o sucesso, tanto para ele quanto para a empresa que fundou há mais de 30 anos.

Fortuna de Huang aumentou mais de US$ 62 bilhões este ano com o crescimento meteórico da Nvidia Foto: Chiang Ying-ying/AP

Quando a Nvidia foi fundada em 1993, Huang, juntamente com os co-fundadores Chris Malachowsky e Curtis Priem, começou com a ideia de criar chips que possibilitariam gráficos 3D realistas em computadores pessoais - ou unidades de processamento gráfico, especificamente para videogames.

Mas falando na conferência Fortune Brainstorm Tech em 2018, Huang disse aos membros da plateia que sempre acreditou que as GPUs poderiam ter aplicações mais amplas na sociedade, caso contrário, “não teria sentido abrir uma empresa”.

“É incrivelmente difícil abrir uma empresa; é incrivelmente difícil abrir um negócio”, disse Huang na conferência. “A profundidade do desespero, o sofrimento, a tortura - equilibrados pela grande alegria de fazer algo que o mundo nunca fez antes - estão além do que as palavras podem descrever. Portanto, a menos que você acredite que fará uma contribuição real para a sociedade, será incrivelmente difícil iniciar essa jornada.”

O motivo pelo qual a Nvidia começou a trabalhar com jogos, disse Huang, foi que os videogames eram a única área da tecnologia em que o potencial computacional era incrivelmente avançado, mas também havia uma enorme demanda entre os consumidores.

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Depois que perceberam a escala potencial dos servidores de GPU, Huang disse que eles puderam passar para estações de trabalho, supercomputadores, carros autônomos e, por fim, IA. Mas tudo isso só foi possível graças aos jogos para PC.

“Os gráficos 3D e os videogames são o motor da inovação em nossa empresa, o motor da escala [de pesquisa e desenvolvimento]”, disse ele na conferência.

Huang fez outros comentários mais recentes que pintam um quadro de empreendedorismo que está longe de ser idílico. Durante uma entrevista em um podcast no outono de 2023, perguntaram a Huang que tipo de empresa ele pensaria em abrir se pudesse voltar 30 anos no tempo, e o engenheiro que se tornou executivo teve uma resposta um tanto surpreendente.

“Eu não faria isso”, disse ele. “Se percebêssemos a dor e o sofrimento [envolvidos] e o quanto você se sentirá vulnerável, os desafios que enfrentará, o constrangimento e a vergonha, e a lista de todas as coisas que dão errado - acho que ninguém abriria uma empresa. Ninguém em sã consciência faria isso.”

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