No último ano, cerca de 73,4 mil pessoas foram atingidas por demissões nas principais empresas tecnologia do mundo, segundo levantamento do Estadão. Entre as cinco gigantes (Facebook, Amazon, Microsoft, Google e Apple), apenas a companhia fundada por Steve Jobs ainda resiste a dispensas em massa. O segredo da marca do iPhone parece ter sido adotar cautela nas contratações no período em que o setor de tecnologia estava em expansão.
No ano passado, a Apple chegou a dispensar 100 profissionais do setor de recrutamento, o que indica desaceleração nos investimentos diante do cenário econômico incerto. A marca, porém, é bem menor que a dos rivais: Amazon (18 mil), Google (12 mil), Facebook (11 mil) e Microsoft (10 mil). Além dos resultados financeiros darem sinais de resistência - as vendas de iPhone cresceram 9,7% no último balanço da companhia -, a Apple foi mais moderada que os rivais nas contratações.
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Segundo levantamento do jornal Wall Street Journal baseado nos balanços das gigantes, a Apple expandiu em 20% a sua força de trabalho entre setembro de 2019 e setembro de 2022, chegando a 164 mil funcionários. No mesmo período, a Amazon cresceu o quadro em 100%, o Facebook em 94%, o Google em 57% e a Microsoft em 53%.
O crescimento foi necessário na pandemia, com a alta demanda de serviços digitais. “As empresas de tecnologia tiveram que gastar como rockstars dos anos 80 para conseguir atender a demanda”, escreveu em nota Dan Ives da consultoria americana Wedbush. Com a alta da inflação e dos juros, além da retomada fora do ambiente digital, as empresas de tecnologia viram a demanda por seus serviços esfriar - quem tinha contratado menos, sofreu menos.
Essa parece ser uma política adotada pela Apple há mais de duas décadas. A última vez que a companhia demitiu em massa foi em 1997, quando Steve Jobs retornou à gigante e cortou custos para evitar que empresa quebrasse.
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