CEO da Amazon nega que fim do trabalho remoto seja um plano secreto para ‘demissões espontâneas’

Em setembro, empresa anunciou o retorno aos escritórios cinco vezes na semana, o que provocou indignação entre funcionários e teorias sobre uma possível redução de funcionários

Por Marco Quiroz-Gutierrez (Fortune)
Atualização:

O CEO da Amazon, Andy Jassy, está exigindo que os funcionários compareçam ao escritório cinco dias por semana — mas isso não é porque ele secretamente deseja que os empregados peçam demissão, disse Jassy em uma reunião da empresa nas últimas semanas.

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Jassy anunciou a ordem de retorno ao escritório (RTO, na sigla em inglês) em um memorando em setembro, o que imediatamente provocou indignação entre os funcionários, alguns dos quais vinham trabalhando de forma remota pelo menos dois dias por semana desde maio de 2023.

Alguns especialistas teorizam que o plano de Jassy para a volta ao presencial poderia ser uma maneira sutil de reduzir o quadro de funcionários da empresa, em vez de conduzir formalmente um lay-off. No entanto, em uma reunião geral no final de outubro, Jassy negou as alegações de que o plano fosse uma “demissão disfarçada” ou que a empresa tivesse chegado a algum tipo de acordo com líderes municipais.

“Posso dizer a vocês que ambas as coisas não são verdade. Vocês sabem, não se trata de uma questão de custos para nós. Isso se trata mais sobre nossa cultura e o fortalecimento da nossa cultura”, ele disse, de acordo com uma transcrição divulgada pela Reuters.

Após o anúncio da retomada ao presencial em setembro, 73% dos funcionários pesquisados pelo site de avaliação de empregos anônimos Blind disseram ter considerado se demitir devido à nova política. Outros logo recorreram ao LinkedIn para mudar seu status para #opentowork, na esperança de encontrar uma posição mais flexível. Mas, na unidade Amazon Web Services (AWS), o CEO Matt Garman foi claro ao afirmar que os funcionários insatisfeitos poderiam procurar outras empresas.

Amazon, uma das gigantes da tecnologia, exige que os funcionários frequentem os escritórios cinco vezes na semana, eliminando o trabalho híbrido pós-pandemia. Foto: wolterke /adobe.stock

“Se há pessoas que simplesmente não trabalham bem naquele ambiente e não querem, tudo bem, há outras empresas por aí”, disse Garman em uma ligação interna no mês passado, referindo-se à política de RTO da empresa, informou a Reuters.

Para deixar clara sua frustração com a política de retorno ao escritório, centenas de funcionários da AWS assinaram uma carta no mês passado protestando contra a mudança, chamando-a de uma “absoluta abdicação” do papel da AWS como inovadora e líder da indústria.

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A Amazon ofereceu benefícios para deslocamento e estacionamento subsidiado, entre outros incentivos, para ajudar na transição.

No memorando de setembro, Jassy disse que é mais fácil para os funcionários aprenderem e colaborarem quando estão no escritório. Quando contatado para comentar, um porta-voz da Amazon disse à Fortune que o plano RTO visa fortalecer a cultura da empresa e garantir que as equipes estejam conectadas.

O memorando do RTO pedia aos trabalhadores que voltassem “ao jeito que éramos antes do início da covid” e proibia o trabalho em casa, exceto em circunstâncias extraordinárias. Jassy destacou no memorando que um trabalho intenso de codificação ou ter um filho doente eram momentos apropriados para trabalhar em casa, com o consentimento do gerente.

Embora os gerentes, no início deste ano, tenham recebido aprovação para demitir funcionários que não cumprissem o mandato anterior de três dias no escritório, muitos trabalhadores ainda fizeram mudanças em suas vidas com base na flexibilidade oferecida pela Amazon.

Na reunião geral do fim de outubro, Jassy reconheceu que a política de cinco dias no escritório, que entra em vigor em janeiro, exigirá um período de adaptação.

“É uma mudança. Eu entendo isso para muitas pessoas, e vamos trabalhar juntos para passar por essa adaptação”, disse.

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