CES 2022: metaverso movimenta mundo da tecnologia após guinada do Facebook

Na principal feira de tecnologia do mundo, pequenos e grandes nomes mostram como estão se preparando para o conceito

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Foto do author Guilherme Guerra
Atualização:
Lotte é uma das empresas que foram à CES 2022 para mostrar o metaverso Foto: Joe Buglewicz/AP - 5/1/2022

Após Mark Zuckerberg rebatizar o Facebook e expressar interesse pelo metaverso (nome para o ambiente que usará realidade virtual e aumentada para criar os espaços digitais do futuro), o mundo da tecnologia passou a orbitar em torno do tema – um pouco disso foi possível acompanhar na Consumer Electronics Show (CES), feira de tecnologia que aconteceu na semana passada em Las Vegas (EUA). 

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Conhecida por se envolver com ideias futuristas, como carros voadores e robôs, a sul-coreana Hyundai apresentou o conceito um tanto complexo: “metamobilidade”, que expressa união do metaverso à mobilidade. No exemplo da montadora, o carro autônomo leva o passageiro ao destino e também permite conexão ao ambiente digital.

Para a Sony, o metaverso deve vir pelo uso de aparelhos de realidade virtual — a dona do PlayStation apresentou o VR2, nova versão do capacete da marca, que permite ao usuário jogar os games da plataforma de maneira mais interativa. Segundo a empresa japonesa, o dispositivo, previsto para o segundo semestre deste ano, terá um óculos com tela de resolução 4K, tecnologia HDR, campo de visão estendido e captação de movimento dos olhos. Já os controles para as mãos, por onde o jogador poderá interagir e movimentar-se, terão resposta tátil.

A Panasonic também quer desenvolver os próprios óculos de realidade virtual – chamados de MeganeX, devem pesar 28 gramas, com duas telas de 1,3 polegada e resolução de 5K para cada olho e taxa de frequência de até 120 Hz. Também no segundo semestre deste ano, o produto deve sair a partir de US$ 900, diz a empresa.

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Além disso, a marca japonesa tem outro trunfo: a startup Shiftall, que fez sucesso na CES 2022 com um equipamento de captura de movimento para o metaverso, o HaritoraX (US$ 270). Na demonstração em exibição, um jogador, vestido de sensores e outros equipamentos, mexia-se no mundo real e o seu boneco virtual simulava os movimentos captados.

Atualmente, a Shiftall também desenvolve protótipos de um microfone que cobre a boca e isola o som para quem está de fora, de modo a dar privacidade ao usuário; e de um colete que pode esquentar ou esfriar o corpo, trazendo ainda mais imersão para o ambiente digital.

De maneira similar, empresas como TCL, HTC e Canon também apresentaram conceitos de óculos ou capacetes de realidade virtual e aumentada.

Palco das startups

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Além das gigantes, a CES 2022 trouxe startups mirando o metaverso. A Lotte, por exemplo, desenvolve uma plataforma que permite que os usuários tenham experiências do “mundo real” dentro do metaverso, como assistir a shows e ir ao cinema. Em outro uso, a empresa sul-coreana imagina que usuários possam passear em shopping virtual e escolher e comprar novos produtos.

Segundo a empresa, sediada na Coréia do Sul, o feito acontece por meio de dispositivos que, conectados entre si, respondem a toque, voz e olhares.

Ainda em software, a Touchcast promete entregar o “metaverso como serviço” (ou, em inglês, na sigla MaaS) ao permitir que empresas entrem no ambiente virtual e coloquem os funcionários para interagir nesse espaço virtual. Cada companhia pode, por exemplo, criar seu próprio “campus”, a partir de uma biblioteca de lugares que a startup fornece.

Já a Kura criou uns óculos ultraleves, com tela de 95% de transparência: o intuito é que sejam práticos o suficiente para serem utilizados na projeção objetos no mundo, que pode tornar seu uso importante em treinamentos na indústria - claro, serve para jogos mais imersivos também. De forma similar, a Vuzix também mira o mundo corporativo e educacional de treinamentos.

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A Owo foi além e desenhou um traje corporal, permitindo que o usuário “sinta” sensações físicas do mundo virtual, algo que traz uma camada adicional de realidade a jogos — Fortnite, League of Legends e Valorant são alguns que já podem ser jogados com o produto da startup. Já a Tekle desenvolveu uma tecnologia que permite fazer interações holográficas a partir de uma mesa, parede ou mesmo quartos especiais, o que permite simular diversas interações como nos mais modernos filmes de ficção científica.

Especialistas apontam que esse é só o começo. “Conforme o metaverso vai crescendo, mais pequenas companhias devem se envolver com esse espaço”, diz Lesley Rohrbaugh, especialista em tendências da Consumer Technology Association (ou CTA, a entidade organizadora da CES), à reportagem.

*o repórter viajou a convite da Consumer Technology Association (CTA)

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