CES 2025: CEO da Nvidia diz que ‘boom’ de robôs está próximo de acontecer; veja vídeo

Fundador da maior empresa de chips de IA do mundo disse que o momento ‘ChatGPT’ dos robôs não vai demorar

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Foto do author Bruna Arimathea

LAS VEGAS - Jensen Huang, CEO e fundador da Nvidia, acredita que carros autônomos devem ser a nova “obsessão” da tecnologia e que o futuro da IA agora se encaminha para o que chama de inteligência artificial física, com a chegada de robôs e agentes de IA. Foi o que o bilionário revelou na segunda-feira, 6, durante a principal apresentação da Consumers Electronics Show (CES) de 2025, que acontece nesta semana em Las Vegas.

O evento trouxe várias visões de Huang e da própria Nvidia sobre as apostas em IA e lançou novos produtos no mercado - incluindo uma nova família de processadores, a RTX 50-series, mais rápida e eficiente que a geração anterior. O CEO da empresa também mostrou como funciona o novo processador Blackwell, GPU que pode processar protótipos e ajustes finos em modelos de linguagem.

Jensen Huang abriu a CES com a principal palestra do evento, na qual falou sobre novidades da Nvidia e o que espera para o futuro Foto: Patrick T. Fallon/AFP

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O momento para os lançamentos é bastante favorável para a Nvidia. A empresa, que no ano passado ultrapassou a marca de 3 trilhões em valor de mercado, é, agora, uma das companhias mais valiosas do mundo, ao lado de Microsoft e Apple.

E mesmo mantendo cerca de 80% do mercado de chips de IA no mundo, a empresa aposta em um portfólio sempre atualizado para manter sua domínio no mercado - isso porque rivais também aproveitaram a CES para anunciar novos produtos.

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A AMD, por exemplo, anunciou, nesta segunda, novos processadores para trazer IA para notebooks. A nova família de chips Ryzen quer otimizar a forma como a IA lida com games e softwares mais pesados. Já a Intel revelou, também nesta segunda, um novo processador da linha Core, o Ultra 200, para equipar computadores e melhorar a performance de games.

“Tudo começou com a IA de percepção - compreensão de imagens, palavras e sons. Depois, a IA generativa - criando textos, imagens e sons”, disse Huang durante a apresentação em que o estadão esteve presente. “Agora, estamos entrando na era da IA física, IA que pode proceder, raciocinar, planejar e agir”.

Apostas

Segundo Huang, os robôs humanoides vão entrar no radar do mundo da tecnologia com mais força a partir de agora. Para ele, esses dispositivos só tendem a melhorar com IA e com o aprendizado de máquina, o que torna o momento propício para o desenvolvimento e, principalmente, treinamento desses aparelhos de acordo com as funções que podem desempenhar para seus usuários (seja doméstico ou de uso em fábricas, por exemplo).

Além disso, Huang também afirmou que os carros autônomos fizeram uma revolução no mercado de automóveis e que vieram para ficar. Pensando nisso, a Nvidia anunciou uma parceria com a Toyota para oferecer um software de navegação para carros elétricos, uma espécie de passo anterior aos automóveis autônomos que Huang deseja ver pelas ruas.

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Mas o assunto mais enfatizado pelo CEO da Nvidia foi a transformação do momento da IA do digital para o mundo físico. É com esse conceito que a empresa espera desenvolver os agentes de IA, programas com capacidade de realizar tarefas de maneira autônoma, com pouca ou nenhuma supervisão humana. Para isso, a Nvidia criou o Cosmos, uma plataforma de modelo de fundação para integrar IA e robótica.

A intenção é usar o que a empresa chama de Omniverso para construir situações que possam ser resolvidas por robôs na vida real. Assim, a IA pode criar uma série de cenários para uma máquina que trabalha em um estoque, por exemplo, ao passo que na simulação real, a inteligência artificial consegue replicar todas as situações de perigo com elementos verdadeiros.

“O Omniverso, em conjunto com os novos modelos de base, cria um mecanismo de multiplicação de dados sintéticos, permitindo que os desenvolvedores gerem facilmente grandes quantidades desses dados controláveis e fotorrealistas. Os desenvolvedores podem compor cenários 3D no Omniverso e renderizar imagens ou vídeos como resultados. Em seguida, eles podem ser usados com prompts de texto para condicionar os modelos Cosmos a gerar inúmeros ambientes virtuais sintéticos para treinamento físico de IA”, explicou a empresa no blog da empresa. Na prática, é uma forma de fazer uma simulação da análise preliminar de uma IA com elementos mais concretos do dia a dia.

No fim da apresentação, Huang reafirmou a importância do processamento de IA dentro do desenvolvimento da tecnologia e apresentou o projeto Digits, um supercomputador de IA que a empresa tem utilizado para suportar seu software de criação e destacou a importância de um dispositivo do tipo para o setor.

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“Todo engenheiro de software, todo artista criativo, todo mundo que usa computadores hoje como uma ferramenta precisará de um supercomputador de IA”, disse Huang.

*A repórter viajou a convite da CTA, organizadora da CES

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