A OpenAI liberou nesta semana uma nova funcionalidade para o ChatGPT. O Tarefas deixa o usuário programar lembretes ou solicitações feitas com frequência. Por enquanto, a novidade está disponível para assinantes Plus, Team ou Pro.
O recurso ainda está em versão beta, isso significa que ele vai ficar um período em testes antes do lançamento definitivo. Até lá, os desenvolvedores identificam problemas e bugs por meio de avaliações de usuários e análises internas.
Para usar o recurso, o assinante precisa selecionar 4º com tarefas agendadas no seletor de modelos do ChatGPT. A partir daí, é só digitar o comando e quando ele precisa ser executado. É possível fazer dez agendamentos simultâneos. O sistema também sugere tarefas com base em conversas anteriores, mas o usuário tem de autorizar que isso aconteça.
Todos os agendamentos podem ser gerenciados no chat ou em uma nova seção de Tarefas (apenas na web) no menu do perfil. Uma notificação é enviada para todas as plataformas conectadas após a conclusão das tarefas.
Por meio dessa funcionalidade, é possível definir um roteiro de sites para o ChatGPT navegar. Por exemplo: dá para instruí-lo a te avisar quando o ingresso para aquele show a que você quer estiver disponível. A funcionalidade vai até ai: o chat só consegue avisar, mas não conseguirá comprar o ingresso nem fazer qualquer transação de dinheiro.
A OpenAI não especificou quando – ou se – a versão gratuita receberá o recurso, o que indica que o Tarefas deve permanecer nas assinaturas premium. A empresa oferece planos mensais de US$ 20 e US$ 200.
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Expansão para ações planejadas e contínuas
Embora seja comum que assistentes virtuais façam agendamentos, isso pode marcar uma mudança na funcionalidade do ChatGPT. Até agora, a inteligência artificial (IA) de Sam Altman operava em tempo real, com respostas a solicitações imediatas em vez de lidar com ações planejadas e contínuas. Ou seja: a OpenAI começou a expandir o papel do chatbot além da conversa para entrar em um território dominado por assistentes virtuais como Alexa, da Amazon ou Google Home. Com o que a OpenAI tem a contribuir nesse cenário? Com sua capacidade linguística mais avançada.
Um sinal desse avanço, de acordo com uma publicação do engenheiro Tibor Blaho, é o desenvolvimento de uma extensão à nova ferramenta de nome Caterpillar, no qual ao integrar-se com o Tarefas permite que o ChatGPT busque informações específicas, análise problemas, resuma dados, navegue em sites e acesse documentos.
A OpenAI trabalha ainda em um agente autônomo de IA capaz de controlar computadores de forma independente, segundo a Bloomberg. Chamado de Operator, esse modelo deve ser lançado já em fevereiro.
Novas funções para o ChatGPT tendem a aumentar em 2025. O motivo não passa apenas por avanços tecnológicos, mas pela viabilidade econômica da empresa. Recursos como os de assistentes virtuais são maneiras viáveis de monetizar a infraestrutura cara que move a IA.
Mesmo que a decisão da OpenAI de colocar – aos poucos – ferramentas atrás de um paywall seja possível, a mesma dúvida de antes permanece: os resultados fornecidos serão confiáveis? A tendência é de que o roteiro seja parecido aos últimos lançamentos da empresa: no começo, erros são detectados, e o modelo melhora com o tempo - e com o trabalho da equipe e o feedback de usuários.
Até porque, no fim das contas, esses sistemas funcionam a partir de um conjunto simples e repetitivo de instruções. Além disso, o objetivo de muitos laboratórios de IA sofisticada, como a OpenAI, é evoluir esses recursos para algo capaz de interagir com ambientes, aprender com feedbacks e tomar decisões sem intervenção humana.
Decidir lançar o Tarefas em beta, portanto, é mais um passo na direção de coletar reações e comentários dos próprios usuários e fazer com que a máquina aprenda de forma independente.
