NEW YORK TIMES - A OpenAI está dando ao ChatGPT uma memória melhor. A empresa de inteligência artificial (IA) de São Francisco disse na terça-feira, 13, que estava lançando uma versão de seu chatbot que se lembraria do que os usuários disseram para que pudesse usar essas informações em bate-papos futuros.
Se um usuário mencionar uma filha, Lina, que está prestes a completar 5 anos, gosta da cor rosa e de águas-vivas, por exemplo, o ChatGPT poderá armazenar essas informações e recuperá-las quando necessário. Quando o mesmo usuário pedir ao bot para “criar um cartão de aniversário para minha filha”, ele poderá gerar um cartão com águas-vivas cor-de-rosa com os dizeres: “Feliz aniversário de 5 anos, Lina!”
Com essa nova tecnologia, a OpenAI continua a transformar o ChatGPT em um assistente digital automatizado que pode competir com serviços existentes, como a Siri, da Apple, ou a Alexa, da Amazon. No ano passado, a empresa permitiu que os usuários adicionassem instruções e preferências pessoais, como detalhes sobre seus empregos ou o tamanho de suas famílias, que o chatbot deveria considerar durante cada conversa. Agora, o ChatGPT pode se basear em um conjunto de informações muito mais amplo e detalhado.
“Acreditamos que os assistentes mais úteis são aqueles que evoluem com você e o acompanham”, disse Joanne Jang, líder de produto da OpenAI que ajuda a supervisionar o projeto de memória.
Embora agora o ChatGPT possa se lembrar de conversas anteriores, ele ainda pode cometer erros, assim como os humanos. Quando um usuário pede ao ChatGPT para fazer um cartão de aniversário para Lina, o chatbot pode criar um cartão com um erro de digitação sutil, como “Feiliz Aniversário! Lina!”
A empresa está fornecendo a nova tecnologia primeiramente a um número limitado de usuários. Ela estará disponível para pessoas que usam a versão gratuita do ChatGPT, bem como para aqueles que assinam o ChatGPT Plus, um serviço mais avançado que custa US$ 20 por mês.
A OpenAI também está apresentando aos usuários o que chama de chats temporários, durante os quais as conversas e as memórias não são armazenadas.
Há algum tempo, o ChatGPT oferece uma forma limitada de memória. Quando os usuários conversavam com o bot, suas respostas se baseavam no que eles haviam dito anteriormente na mesma sessão de conversa. Agora, o bot pode se basear em informações de conversas anteriores.
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O bot constrói essa memória ao identificar e armazenar automaticamente informações que podem ser úteis no futuro. “Contamos com o modelo para decidir o que pode ou não ser pertinente”, disse um cientista de pesquisa da OpenAI, Liam Fedus, referindo-se à tecnologia de IA que sustenta o ChatGPT.
Os usuários podem dizer ao bot para se lembrar de algo específico de sua conversa, perguntar o que já foi armazenado em sua memória, dizer ao chatbot para esquecer determinadas informações ou desativar totalmente a memória.
Por padrão, a OpenAI tem gravado conversas inteiras do ChatGPT e as utiliza para treinar futuras versões do chatbot. A OpenAI disse que removeu informações de identificação pessoal das conversas usadas para treinar sua tecnologia. E os usuários podem optar por remover totalmente suas conversas dos dados de treinamento da OpenAI.
Mas a criação e o armazenamento de uma lista separada de memórias pessoais que o chatbot pode trazer à tona em conversas pode gerar preocupações com a privacidade. A empresa argumentou, porém, que o que estava fazendo não era muito diferente da maneira como os mecanismos de pesquisa e os navegadores armazenavam o histórico da internet de seus usuários.
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