A China anunciou ontem que iniciou uma investigação antitruste contra o Alibaba Group, um dos principais nomes da internet no país. A ação marca uma mudança de postura de Pequim, que por anos evitou regular o comércio eletrônico doméstico.
Em um editorial, o Partido Comunista afirmou que “se monopólios forem tolerados, eempresas se expandirem desordenadamente, a indústria não se desenvolverá de maneira saudável e sustentável”.
Executivos do Alibaba Group – que no Brasil é conhecido pelo seu braço internacional de comércio eletrônico, o AliExpress – serão convocados para reuniões com os reguladores nos próximos dias.
A investigação encerra um ano problemático ara o conglomerado fundado por Jack Ma em 1999.Em novembro, a China suspendeu a estreia nas bolsas de Shanghai e Hong Kong do Ant Group, braço financeiro do Alibaba – o cancelamento ocorreu faltando apenas dois dias para a o início da comercialização das ações.
A expectativa era de oIPO fosse um dos maiores do mundo, colocando o valor da empresa emUS$ 37 bilhões. As autoridades locais, porém, entenderam que a empresa não atendia os requerimentos regulatórios para iniciar a venda de ações.
A nova investigação derrubou as ações do Alibaba em 9%, chegando ao seu menor valor desde julho. A queda ainda derrubou os papéis de outras empresas locais de varejo eletrônico, como a Meituan e a JD.com.
O Alibaba afirmou que vai cooperar com as investigações e que suas operações não serão alteradas.
Tendência
O processo chinês reforça a tendência global de desconfiança de nações em relação a grandes empresas de tecnologia. Nos últimos três meses, o Google virou alvo de três ações nos EUA, movidas por reguladores e autoridades. Todas são relacionadas às prática comerciais da gigante de buscas. Os americanos também iniciaram um processo contra o Facebook, que pede o desmembramento da empresa.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.