Como parte de uma performance em uma galeria de arte em Nova York, o coletivo de artistas americano MSCHF anunciou nesta semana que instalou uma arma de paintball no Spot, o robô-cão da Boston Dynamics, empresa conhecida pela robótica avançada e recentemente comprada pela montadora sul-coreana Hyundai. O objetivo do grupo é criticar o uso de robôs pelas forças militares.
"Quando os robôs assassinos virem para a América, eles estarão embalados em pêlos e trarão uma bola. Spot é o pet ideal de Rob Rhinehart: ele nunca caga", afirmou o grupo de arte em manifesto em referência ao criador do Soylent, um suplemento alimentício inventado em 2014 que ficou conhecido por causar problemas gastrointestinais nos clientes. O material foi publicado no site da performance, o Spot's Rampage.
A performance do MSCHF consistiu em colocar o Spot em uma galeria e permitir que usuários controlassem o robô por meio de um aplicativo, como se fosse um videogame. A cada dois minutos, o comando passava aleatoriamente para um novo player, que fazia o "tiroteio" com bonecos, caixas e estátuas que decoravam a sala. Tudo foi transmitido ao vivo pelo site do coletivo de arte, que pagou US$ 74,5 mil para que o Spot-atirador usasse uma arma de paintball de calibre 68. A exibição acabou na quarta-feira 23.
A Boston Dynamics, por outro lado, manifestou-se contra a ideia e usou o Twitter para criticar o uso dado ao robô: "Nós condenamos o uso de nossa tecnologia de qualquer forma que promova a violência, dano ou intimidação. Nossa missão é criar entregar robôs capazes que inspirem, surpreendam e impactem positivamente a sociedade."
O MSCHF parece ter gostado da repercussão. "Nós conversamos com a Boston Dynamics e eles odiaram a ideia. Eles disseram que nos dariam outros dois robôs de graça se tirássemos a arma. Isso nos fez fazer isto ainda mais", escreveu o grupo no manifesto.
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