Apple, Amazon e Google: como as gigantes de tecnologia estão lidando com o home office?

Depois de implementar o trabalho remoto como estilo de vida, big techs se ‘arrependem’ e pedem para seus funcionários voltarem aos escritórios

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Foto do author Bruna Arimathea
Atualização:

Em 2020, a pandemia de coronavírus ensinou muitas empresas a trabalhar remotamente. As Big Techs, grandes companhias de tecnologia do mundo, foram as que mais abraçaram o formato: com recursos, equipamentos e uma cultura menos tradicional, o lema do “trabalhe onde quiser” era um requisito para sobreviver à crise.

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Mas agora, três anos depois do pico do afastamento social, essas empresas estão querendo trazer seus funcionários novamente para os escritórios. Companhias como Google, Amazon e até o Zoom disseram que os projetos funcionam melhor quando as pessoas estão reunidas.

O argumento de agora é que os anos de pandemia teriam evidenciado a dificuldade na comunicação, a falta de funcionários “engajados” e a segurança de dados dessas empresas. Para muitas delas, é mais fácil ter o controle do que entra e sai da companhia se seus colaboradores estiverem trabalhando presencialmente.

Veja como as principais empresas de tecnologia estão lidando com o home office:

Amazon

Em julho, Andy Jassy, presidente da gigante de comércio eletrônico, confirmou os planos da empresa de ter seus funcionários aos escritórios em três dias da semana. A notícia veio em uma chamada interna com os colaboradores em que Jassy afirmou que quem não concordasse com as novas regras podia não “se encaixar” mais na empresa.

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“E se você não consegue discordar e se comprometer, eu também entendo isso, mas provavelmente não funcionará para você na Amazon, porque estaremos de volta ao escritório pelo menos três dias por semana. E não é certo que todos os nossos colegas de equipe estejam lá três dias por semana e que outras pessoas se recusem a fazer isso”, afirmou Jassy.

A convocação já é uma substituição à rotina de trabalho remoto. Em uma das reuniões ainda em julho, um dos funcionários perguntou se a companhia estava se apoiando em dados para exigir a volta do trabalho presencial, mas Jassy afirmou que a decisão era baseada no “julgamento” da diretoria sobre o que funcionava melhor para a empresa.

Apple

Uma das únicas empresas que não fez demissão em massa durante os anos da pandemia, a Apple tenta trazer seus funcionários de volta para os escritórios desde 2020, em planos divididos em fases. Agora, desde o ano passado, a californiana também entrou para a lista das empresas que querem seus colaboradores nos escritórios ao menos três vezes na semana.

Segundo o site americano Plataformer, a exigência cresceu em março deste ano, quando a Apple passou a controlar a frequência de seus funcionários na sede a partir dos registros de crachás na entrada e na saída do expediente. Aos que não cumprirem a carga horária mínima presencial, advertências poderiam ser distribuídas, de acordo com o site.

Google

O Google é mais uma das companhias que passou a exigir que os funcionários compareçam aos escritórios três vezes na semana. De acordo com um memorando visto pelo jornal americano Washington Post em junho deste ano, a empresa afirmou que as ausências serão consideradas na avaliação de desempenho individual de cada colaborador.

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“Nossa abordagem híbrida é criada para incorporar o melhor de estarmos juntos pessoalmente com os benefícios de trabalhar em casa durante parte da semana. Agora que estamos há mais de um ano nessa forma de trabalhar, estamos formalmente integrando essa abordagem em todas as nossas políticas de trabalho”, disse o porta-voz do Google, Ryan Lamont ao jornal americano.

Meta

A empresa de Mark Zuckerberg foi mais radical quanto ao trabalho remoto durante a pandemia: em 2020, ele afirmou que os funcionários poderiam escolher se queria trabalhar em home office pelos próximos cinco ou dez anos. Mas o empresário mudou de ideia e exigiu que alguns dos seus funcionários voltassem a estar nos escritório.

Em março deste ano, Zuckerberg enviou um comunicado dizendo que o trabalho desenvolvido na empresa era mais “refinado” quando feito presencialmente. No e-mail, visto pelo Washington Post, o dono da empresa ainda informou que após uma análise de dados dos funcionários foi possível concluir que a área de engenharia trabalhava melhor nos escritórios.

Em 2020, expectativa do fundador do Facebook era de que, em até 10 anos, metade de seus funcionários em todo o mundo trabalhassem longe dos escritórios da empresa Foto: Michael Nagle/Bloomberg

Microsoft

A Microsoft é uma das únicas gigantes de tecnologia que ainda preserva flexibilidade em relação ao trabalho presencial. De acordo com a empresa, os funcionários podem trabalhar remotamente em “50% do tempo”. Para ficar mais tempo em casa, os horários são negociados diretamente com cada gestor de área.

“Há uma mudança estrutural, e todos estão exercendo a flexibilidade que tinham durante a pandemia agora no mundo pós-pandêmico”, disse o presidente da Microsoft, Satya Nadella, durante uma entrevista para o 2022 All Markets Summit do site Yahoo Finance.

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Twitter

Desde que Elon Musk assumiu a rede social (que agora chama X), o trabalho presencial foi exigido, já que o bilionário demonstrou não ser adepto do home office. Nos primeiros meses sob a direção de Musk, a empresa viralizou por ter funcionários dormindo nos escritórios - além das demissões que somaram mais de 80% do quadro de colaboradores.

Em novembro, o empresário exigiu que todos os funcionários voltassem ao trabalho nos escritórios, e chegou a afirmar que quem não concordasse com a medida podia pedir demissão da empresa.

“Nós estamos mudando a política do Twitter, de forma que o trabalho remoto não é mais permitido, a menos que você tenha uma necessidade específica”, disse Musk em um email enviado para funcionários no ano passado.

Zoom

A exigência de retorno dos funcionários do serviço de videochamadas Zoom pode parecer o mais controverso de todos - afinal, a companhia teve seu maior pico de crescimento da história durante a pandemia - mas também aconteceu.

A empresa pediu, no começo de agosto, que seus colaboradores que moram até 80 quilômetros de distância dos escritórios retornem, pelo menos, duas vezes na semana de forma presencial. “Acreditamos que uma abordagem híbrida estruturada” seja a mais eficaz para a empresa, disse o comunicado enviado aos funcionários, visto pelo site Business Insider.

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Mesmo com o crescimento de serviços durante a pandemia, o Zoom demitiu cerca de 15% do seu quadro de funcionários em fevereiro deste ano.

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