THE WASHINGTON POST - Elon Musk, o bilionário que comanda a montadora de carros elétricos Tesla, tem um domínio tênue sobre o título de “pessoa mais rica do mundo”. Ele conquistou a coroa em 2021, destituindo o fundador da Amazon, Jeff Bezos. Mas a posição de Musk pode estar em perigo depois que um tribunal de Delaware decidiu esta semana que seu pacote de remuneração de US$ 56 bilhões na Tesla era injusto, ordenando que ele devolvesse opções de ações significativas que recebeu nos últimos cinco anos.
Embora a devolução das opções possa, provavelmente, tirar o empresário do primeiro lugar, Musk ainda seria um dos candidatos aos postos mais altos nos rankings de fortuna mundiais.
A maior parte de seu patrimônio, que é estimado em cerca de US$ 202 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index, estão em participações em várias empresas. Isso significa que Musk não possui parcelas significativas de dinheiro “vivo”. Para comprar o Twitter em 2022, por exemplo, ele alavancou sua grande participação na Tesla e solicitou investidores, em vez de contar com somas líquidas.
Abaixo, veja de onde vem a riqueza de Elon Musk.
Tesla
Função de Musk: CEO, cofundador
Participação de Musk: 13%.
Valor da participação de Musk: US$ 77 bilhões em ações, US$ 49,8 bilhões em stock options (opções)
Musk detém 411 milhões de ações e cerca de 304 milhões de opções da Tesla, totalizando cerca de US$ 127 bilhões - a maior parte de sua riqueza. Esses cálculos não descontam os valores da decisão judicial na semana, que exigiria que Musk devolvesse algumas de suas stock options.
O pacote de remuneração de Musk - o maior de todos os tempos em uma empresa pública dos EUA - foi o ponto crucial do processo no Tribunal de Chancelaria de Delaware, depois que um acionista o processou. Um juiz determinou que o pacote era injusto, dizendo que Musk tinha um relacionamento próximo com dois dos membros do conselho que construíram o acordo e que ele controlava grande parte do processo.
Em resposta, Musk postou no X que planeja realizar uma votação dos acionistas para incorporar a empresa no Texas. Mas mesmo que ele faça isso, os desafios judiciais em Delaware não desaparecerão.
Musk tem afirmado repetidamente seu compromisso com a Tesla, onde atua como CEO desde 2008. A empresa foi considerada a joia da coroa do portfólio de Musk. A empresa tornou os carros elétricos populares e tem ambições globais. Depois de começar com um conversível esportivo, o Roadster, a Tesla expandiu gradualmente para sedãs.
Sua tecnologia Autopilot é um dos sistemas de direção semi-autônoma mais difundidos no mercado, disponível em milhões de carros nas ruas. No entanto, a Tesla recentemente fez um recall do recurso para implementar salvaguardas adicionais contra o uso indevido por meio de uma atualização de software. Os recursos geraram controvérsia e estiveram envolvidos em vários acidentes de carro fatais, de acordo com investigações do jornal americano The Washington Post.
SpaceX
Função de Musk: CEO, fundador
Participação de Musk: 42%.
Valor da participação de Musk: US$ 71,2 bilhões
As ambições de Musk não se limitam à Terra - ele quer que os seres humanos aterrissem em Marte. Musk fundou a SpaceX, empresa privada que constrói foguetes e satélites, em 2002. A empresa trabalhou com a NASA para realizar lançamentos espaciais e fazer viagens à Estação Espacial Internacional, já que foi pioneira em foguetes reutilizáveis.
A SpaceX pretende levar astronautas de volta à Lua - trabalhando na primeira missão humana da NASA ao polo sul da Lua, prevista para 2026.
Musk caracterizou a SpaceX como uma extensão de sua missão na Tesla. “Devemos salvaguardar o futuro da vida fazendo a transição para a energia sustentável na Terra e nos tornando multiplanetários através de Marte”, escreveu ele em um post no X. “Não está claro quanto tempo temos para fazer essas coisas, mas quanto mais cedo melhor.”
X, antigo Twitter
Função de Musk: Proprietário
Participação de Musk: 79%
Valor da participação de Musk: US$ 8,4 bilhões
Musk comprou o Twitter por cerca de US$ 44 bilhões em um acordo controverso em 2022 e renomeou a empresa como X no ano passado. Desde a aquisição, o bilionário demitiu a maior parte da equipe da empresa e contratou uma nova CEO, Linda Yaccarino.
Desde a aquisição, a X tem enfrentado dificuldades com a diminuição da confiança dos anunciantes, já que as marcas estão desconfiadas dos comentários públicos polêmicos de Musk. Os investidores também expressaram preocupação com as finanças da empresa. Atualmente, estima-se que a X valha menos da metade do valor do Twitter na época da aquisição.
Mas Musk disse que o número de usuários do X está crescendo e descartou preocupações sobre a diminuição do interesse no site.
The Boring Company
Função de Musk: Fundador
Participação de Musk: US$ 3,3 bilhões
Musk também está ampliando seu império no subsolo. Nascida em 2016 da exasperação de Musk com um congestionamento de trânsito, a The Boring Company é a solução proposta por ele para o congestionamento: “trânsito de massa personalizado”, por meio de túneis.
A empresa pretende construir uma rede de túneis de alta velocidade perto de algumas das cidades mais congestionadas dos Estados Unidos. Em 2017, Musk publicou no X que tinha “aprovação verbal do governo” para um Hyperloop que ligaria Washington à cidade de Nova York e poderia ser percorrido em 29 minutos.
Nenhum projeto desse tipo tomou forma.
O maior projeto da empresa até o momento é o loop de 2,7 km abaixo do Centro de Convenções de Las Vegas, que foi usado por mais de 1,5 milhão de passageiros desde que foi inaugurado em 2021, de acordo com o site da empresa, “com uma capacidade de pico demonstrada de mais de 4,5 mil passageiros por hora e mais de 32 mil passageiros por dia”.
A The Boring Company ainda não provou sua teoria de que a construção de túneis pode resolver o problema do tráfego em uma escala maior. Os críticos apontam que, em vez de aumentar a mobilidade, a realocação estratégica de carros no subsolo simplesmente removeria o tráfego da vista.
No entanto, Musk é insistente: “Ou é o trânsito para sempre ou túneis”, ele postou uma vez.
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