Elon Musk inicia demissões em massa no Twitter nesta sexta; cortes chegam ao Brasil

E-mail enviado a funcionários anuncia redução da força de trabalho, sem indicar número de funcionários afetados

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Atualização:

Após Elon Musk assumir a gestão do Twitter, a rede social começou o desligamento em massa de funcionários nesta sexta, 4. Segundo apurou o Estadão, as demissões afetaram os funcionários da companhia no Brasil, mas ainda não é possível determinar o número de demitidos. Por aqui, a empresa mantinha um quadro com cerca de 150 pessoas.

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“Começaremos o difícil processo de redução de nossa força de trabalho global na sexta-feira”, indicou o Twitter a seus funcionários em um e-mail ao qual a AFP teve acesso. A mensagem dizia que todos os funcionários serão notificados na manhã desta sexta-feira, mas não especificou quantos seriam afetados. Segundo o Washington Post, a companhia está demitindo 50% de seus cerca de 7,5 mil empregados.

“Reconhecemos que um certo número de pessoas que fizeram contribuições significativas para o Twitter serão afetados, mas essa ação infelizmente é necessária para garantir o sucesso da empresa no futuro”, informou a firma a seus funcionários no documento interno.

No Brasil, os funcionários sofreram com a falta de informações enquanto assistiam às demissões no mundo. A companhia não formalizou os desligamentos no País, mas colaboradores estão sem acesso aos sistemas internos e ao computador corporativo desde a madrugada desta sexta-feira. “Estamos em um limbo”, afirmou um profissional ao Estadão. Outro chamou o processo de “tortura”.

Nos EUA, os demitidos foram informados em uma segunda mensagem de que receberão salário até 2 de fevereiro de 2023 – essa, porém, não é uma mensagem que chegou ao quadro brasileiro, que permanece sem direcionamento.

Procurado pelo Estadão, o Twitter não se manifestou oficialmente no País.

Estamos em um limbo

Funcionário do Twitter no Brasil

Patrão

O chefe da Tesla e da SpaceX comprou o Twitter por US$ 44 bilhões e assumiu o controle na quinta-feira de 27 de outubro, após seis meses de idas e vindas nas negociações.

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Como primeiro ato, Musk dissolveu imediatamente o conselho de administração, demitiu o antigo CEO, Parag Agrawal, e outros executivos do alto escalão. Além disso, lançou novos projetos com metas a serem cumpridas rapidamente. Vários engenheiros relataram ter que dormir em suas estações de trabalho durante algumas noites.

Logo do Twitter; após comprar rede social, Elon Musk dá início a demissões em massa nesta sexta-feira Foto: Constanza Hevia/AFP

O magnata convocou engenheiros da Tesla, uma de suas companhias, na semana passada para supervisionar o trabalho dos funcionários do Twitter. Vários engenheiros tiveram que imprimir as últimas linhas do código produzido, segundo apurou a imprensa americana a partir de um funcionário. As listas comparavam o trabalho feito pelo pessoal de tecnologia da informação, principalmente com base no volume de produção, segundo outro colaborador.

“O processo de demissão em andamento é uma farsa e uma vergonha. Os subordinados da Tesla tomam decisões sobre pessoas sobre as quais nada sabem. É completamente absurdo”, escreveu em sua conta do Twitter Taylor Leese, diretor de uma equipe de engenheiros que afirma ter sido demitido.

Na quinta-feira 3, vários colaboradores da rede social expressaram descontentamento, enquanto outros fizeram piadas.

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“As demissões em massa ainda não começaram no Twitter, mas todo mundo já perdeu o emprego. O trabalho que foi descrito em seu contrato, o trabalho que amavam, o trabalho com todos os colegas que conheceram e apreciaram”, disse de Londres a cientista da computação Eli Schutze, por meio de seu perfil na rede. “É o início de uma página em branco, seja qual for o lado em que cair”, acrescentou.

Planos para o Twitter

O plano de demissões confirma a mudança de cultura empresarial prevista para a empresa californiana sob a nova gestão de Musk. Vários executivos se demitiram esta semana e mais de 700 pessoas já deixaram a empresa durante o verão por sua própria vontade, de acordo com um funcionário.

O empresário defende uma visão de liberdade de expressão que vai de encontro às regras de moderação de conteúdo da plataforma, visão que colide com a de vários profissionais, usuários e organizações.

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Alguns funcionários também estavam preocupados por não poderem continuar trabalhando de suas casas, algo a que Musk se opõe, ou de ter que seguir um ritmo de trabalho forte como o de Tesla.

“Se não o afetar, receberá uma notificação no seu endereço de email do Twitter. Mas se for afetado (demitido) receberá uma notificação com os passos a seguir no seu email pessoal”, indica a mensagem enviada na quinta-feira a todos os funcionários, lembrando-os de verificar sua caixa de entrada, “incluindo o spam”. / COM AFP

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