A Meta, holding do Facebook, está considerando reduzir o dinheiro que dá às organizações de notícias ao reavaliar as parcerias que firmou nos últimos anos. A informação foi divulgada pelo site americano site The Information na segunda-feira, 9, citando pessoas familiarizadas com o assunto. A medida também pode afetar veículos brasileiros.
A gigante da mídia social notou que menos pessoas estão clicando em links para artigos de notícias desde que Donald Trump deixou o cargo de presidente dos Estados Unidos e por isso o esforço em sugerir notícias reais poderia não estar nas prioridades da empresa.
Desde que divulgou o balanço financeiro em que reportou o crescimento mais lento dos últimos anos, o Facebook tem enxugado ferramentas e recursos de sua operação. O movimento, se for concretizado, pode atingir veículos jornalísticos em todo mundo, inclusive no Brasil.
Em 2021, a companhia de Mark Zuckerberg assinou um acordo com 20 organizações de notícias brasileiras, entre elas o Estadão, Folha de S.Paulo, Grupo Abril, Grupo Bandeirantes, Grupo RBS e UOL. O intuito da iniciativa era expandir o alcance do conteúdo noticioso compartilhado nas plataformas da empresa, incluindo as chamadas “centrais de informação”, as páginas oficiais da plataforma que agrupam diversas notícias e informações sobre temas específicos, como covid, ciência e clima.
No anúncio, a empresa ainda afirmou que, deade 2018, já havia investido cerca de US$ 600 milhões para apoiar a indústria de notícias ao redor do mundo. A intenção era, ainda, desembolsar mais US$ 1 bilhão até 2014.
Na última semana, porém, a companhia já sinalizava que o ritmo agora é de desaceleração. O Facebook afirmou que vai congelar as vagas de emprego na plataforma, para diminuir o crescimento de sua força de trabalho, além de outros cortes de gastos, em áreas não informadas.
A suspensão ou corte de investimento na área de notícias, por exemplo, poderia entrar em um dos planos da empresa para estancar os prejuízos que ocorrem desde que Zuckerberg mudou o foco da companhia para o metaverso.
A controladora de apps como Instagram e WhatsApp não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters./COM REUTERS
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