Facebook e Instagram são investigados por estimular ‘vício’ em crianças na União Europeia

Órgão regulador do bloco europeu abriu novas investigações contra a Meta, dona desses apps de rede social

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

LONDRES (AP) - A União Europeia (UE) abriu novas investigações nesta quinta-feira, 16, sobre o Facebook e o Instagram por suspeitas de que eles não estão protegendo as crianças online, violando as rígidas regulamentações digitais do bloco para plataformas de mídia social.

PUBLICIDADE

Essa é a mais recente rodada de análise sobre a Meta, empresa controladora desses aplicativos, de acordo com a Lei de Serviços Digitais (DSA, na sigla em inglês), da UE, um conjunto abrangente de regulamentações que entrou em vigor no ano passado com o objetivo de limpar as plataformas online e proteger os usuários na internet.

A Comissão Europeia, braço executivo do bloco, disse estar preocupada com o fato de que os sistemas algorítmicos usados pelo Facebook e pelo Instagram para recomendar conteúdo como vídeos e postagens poderiam “explorar as fraquezas e a inexperiência” das crianças e estimular “comportamentos viciantes”. A preocupação é que esses sistemas possam reforçar o chamado efeito “toca do coelho”, que leva os usuários a conteúdos cada vez mais perturbadores.

Meta, comandada por Mark Zuckerberg, é a companhia-mãe dos aplicativos de redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp Foto: Thibault Camus/AP

A comissão analisa também o uso de ferramentas de verificação de idade pela Meta para evitar que as crianças acessem o Facebook ou o Instagram ou vejam conteúdo inadequado. As plataformas exigem que os usuários tenham pelo menos 13 anos de idade para criar uma conta.

Publicidade

“Queremos que os jovens tenham experiências online seguras e adequadas à idade e passamos uma década desenvolvendo mais de 50 ferramentas e políticas criadas para protegê-los”, disse Meta em comunicado. “Esse é um desafio que todo o setor está enfrentando e estamos ansiosos para compartilhar detalhes de nosso trabalho com a Comissão Europeia.”

Esses são os casos mais recentes da DSA que se concentram na proteção de crianças sob a nova lei europeia, que exige que as plataformas implementem medidas rigorosas para proteger os menores. A comissão abriu duas investigações separadas no início deste ano sobre o TikTok por preocupações com os riscos para as crianças.

“Não estamos convencidos de que a Meta tenha feito o suficiente para cumprir as obrigações da DSA para mitigar os riscos de efeitos negativos para a saúde física e mental dos jovens europeus em suas plataformas Facebook e Instagram”, disse o comissário Thierry Breton em um post na mídia social.

Os casos anunciados nesta quinta-feira não são os primeiros para o Facebook e o Instagram. Eles já estão sendo investigados no âmbito da DSA por preocupações de que não estejam fazendo o suficiente para impedir a desinformação estrangeira antes das eleições da UE no próximo mês.

Publicidade

A plataforma de mídia social X (ex-Twitter) e o site de comércio eletrônico AliExpress também estão sendo investigados quanto à sua conformidade com as regras da UE.

Não há prazo para o término das investigações. As violações podem resultar em multas de até 6% da receita mundial anual de uma empresa.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.