Apenas quatro meses após mandar 11 mil pessoas embora, a Meta, companhia dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, vai mandar embora mais 10 mil pessoas e congelar 5 mil vagas - atualmente, a companhia tem cerca de 75 mil funcionários. O anúncio foi feito na manhã desta terça, 14, por Mark Zuckerberg no seu perfil no Facebook - antes ele havia compartilhado internamente o material.
A palavra principal dada pelo CEO foi eficiência: “A Meta está construindo o futuro da conexão humana e hoje quero compartilhar algumas atualizações sobre nosso Ano de Eficiência que nos ajudarão a fazer isso. Os objetivos deste trabalho são: (1) nos tornar uma empresa de tecnologia melhor e (2) melhorar nosso desempenho financeiro em um ambiente difícil para que possamos executar nossa visão de longo prazo”, disse ele no post.
De acordo com o plano, os desligamentos devem ocorrer nos próximos meses, mas pessoas ligadas a recrutamento de talentos serão desligadas. “Nos próximos meses, os líderes organizacionais anunciarão planos de reestruturação focados em achatar nossas organizações, cancelar projetos de menor prioridade e reduzir nossas taxas de contratação. Com menos contratações, tomei a difícil decisão de reduzir ainda mais o tamanho de nossa equipe de recrutamento. Informaremos os membros da equipe de recrutamento amanhã se eles foram afetados”, diz o post.
Segundo Zuckerberg, profissionais da área de tecnologia serão desligados em abril, enquanto integrantes da divisão de negócios serão cortados em maio. O fundador da companhia afirmou ainda que todo o processo poderá ser completado até o final do ano.
Após o anúncio, as ações da Meta subiram 4%. A segunda rodada de cortes no Facebook veio após outras gigantes da tecnologia anunciarem cortes profundos em 2023. A Amazon cortou 18 mil funcionários, o Google 12 mil funcionários e a Microsoft 10 mil funcionários.
Ainda não há informações sobre como os cortes irão afetar a operação brasileira da gigante. Em novembro, a companhia deixou o seu principal prédio de escritório no Brasil como medida para conter custos.
Crise
Em fevereiro, a Meta deu sinais de que estava revertendo o cenário de crise que se desenhou em 2022. Em balanço financeiro, a gigante registrou crescimento de usuários em seus aplicativos e surpreendeu as expectativas do mercado, que previam cenário pior para o último trimestre de 2022.
Antes disso, porém, a companhia passou por um período difícil. Desde outubro de 2021, a ela removeu o foco do negócio em redes sociais e mirou investimentos pesados no metaverso, principal aposta de Zuckerberg para o futuro da internet. Investidores, no entanto, tinha dúvidas sobre a efetividade dessa jogada e são céticos, rebaixando a avaliação de mercado da companhia.
Ao mesmo tempo, os aplicativos de redes sociais de Zuckerberg sofreram diversas pressões, como concorrência acirrada com o rival TikTok e nova política de privacidade da Apple, que prejudica a estratégia de anúncios da Meta. Neste ano, a popularidade do ChatGPT fez a companhia repensar os esforços em inteligência artificial para não ficar para trás.
Como resultado, a Meta perdeu 60% do seu valor de mercado em 2022, saindo do “clube do trilhão” (que conta com outras Big Techs) para ser avaliada em US$ 320 bilhões no fechamento do ano.
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