O fôlego do Threads, novo aplicativo da Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp) para competir com o Twitter, pode não ter durado tanto, após a rede social se tornar o serviço digital com crescimento mais rápido da história — recebendo 100 milhões de novos usuários cinco dias depois do lançamento.
O site SenseTower, especializado em medir a audiência de aplicativos na internet, afirma que o engajamento do aplicativo caiu. No tempo gasto por usuário, a queda foi de 50% na comparação entre sábado passado e quarta-feira desta semana, de 20 minutos para 10 minutos. Já o número de usuários ativos por dia (DAUs, na sigla em inglês) a queda foi de 20%.
“O lançamento do Threads realmente ‘quebrou a internet’”, disse Anthony Bartolacci, diretor administrativo da Sensor Tower ao canal de televisão americano CNBC. “Nos mais de 10 anos em que a Sensor Tower vem estimando as instalações de aplicativos, as primeiras 72 horas do Threads foram realmente uma classe à parte.”
“Esses resultados iniciais indicam que, apesar do alvoroço durante o lançamento, ainda será uma escalada difícil para o Threads conquistar espaço na rotina da rede social da maioria dos usuários”, disse Bartolacci. “O apoio da Meta e a integração com o Instagram provavelmente dão ao Threads um fluxo muito maior do que o de outros serviços, mas o app vai precisar de uma proposta de valor mais atraente do que simplesmente ‘Twitter, mas sem Elon Musk’.”
O Threads vai precisar ser mais atraente do que simplesmente ser um ‘Twitter, mas sem Elon Musk’
Anthony Bartolacci, diretor da Sensor Tower
Já o site Similarweb, que também faz as métricas de sites online, afirma que a queda foi de 25% nos DAUs, ao se comparar o pico de acessos do Threads (em 7 de julho) e a segunda-feira passada. Esses dados, no entnato, estão incompletos, já que ainda não foram adicionadas os dados de usuários de iPhone.
O tempo de uso do app caiu de 20 minutos para 8 minutos entre 6 de julho e 10 de julho, estima o Similarweb.
Os dados das duas empresas referem-se a usuários nos Estados Unidos. O Brasil, que recebeu o app junto com os EUA, não está incluso nas estimativas. Na União Europeia, o aplicativo ainda não foi lançado.
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