Fundador da Huawei diz que EUA subestimam empresa

Ren Zhengfei afirmou que os planos da companhia envolvendo tecnologia 5G não serão afetados pelas decisões de Washington

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Por Agências
Atualização:
O grupo chinês Huawei é um dos líderes em equipamentos de redes de telecomunicações Foto: Nicolas Asfouri / AFP

O fundador da Huawei, Ren Zhengfei, disse nesta terça-feira, 21, que os Estados Unidos "subestimam" sua empresa e que os planos da gigante das telecomunicações envolvendo a tecnologia 5G não serão afetados pelas decisões de Washington.

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"Os políticos americanos, com sua atual forma de agir, demonstram que subestimam nossa força", afirmou Zhengfei em entrevista ao canal estatal CCTV. Segundo ele, o grupo tem estoques de chips e "não ficará isolado" do mundo neste sentido.

"A rede 5G da Huawei não será afetada", ressaltou Zhengfei. "Em matéria de tecnologia 5G, as outras empresas não alcançarão a Huawei em dois ou três anos."

No domingo, o Google - cujo sistema Android equipa a maioria dos smartphones do mundo - anunciou o fim dos seus negócios com a Huawei, o que privaria o grupo chinês de certos serviços Android e de seus populares aplicativos Gmail e Google Maps. A decisão também afeta uma série de empresas americanas, desde fornecedores de software até fabricantes de semicondutores que fornecem à Huawei.

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"Em matéria de tecnologia 5G, as outras empresas não alcançarão a Huawei em dois ou três anos", disseZhengfei Foto: Fabrice Coffrini / AFP

"Em caso de dificuldade de fornecimento, temos soluções para a reposição", disse o fundador da empresa. "No período de paz (antes de começar a guerra comercial entre China e EUA) nos abastecíamos com 50% de chips procedentes dos EUA e com 50% dos procedentes da Huawei. Não podem nos isolar do restante do mundo."

Na segunda-feira, Washington decidiu adiar, até meados de agosto, a proibição de exportações de tecnologia para a Huawei. Um anúncio do departamento de Comércio revela que o adiamento foi decidido para que a companhia e seus sócios tenham tempo "para manter e respaldar as redes e equipamentos existentes e atualmente em pleno funcionamento, inclusive as atualizações de software".

Para os usuários da Huawei, o eventual bloqueio poderá ter consequências importantes, pois o Google atualiza regularmente suas diferentes versões do Android, muitas vezes por motivos de segurança. Sem as atualizações, os smartphones podem sofrer falhas, a menos que a Huawei decida fazer as atualizações por conta própria. (Entenda melhor aqui.)

O grupo chinês não é apenas o atual número dois dos smartphones do planeta, mas também um dos líderes em equipamentos de redes de telecomunicações. No primeiro trimestre deste ano, a Huawei vendeu 59,1 milhões de smartphones, o que corresponde a 19% do mercado e mais do que a americana Apple, embora ainda esteja atrás da empresa líder, a sul-coreana Samsung.

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Onda. Ontem, mais empresas seguiram o Google: a Microsoft retirou de sua loja nos Estados Unidos um modelo de notebook fabricado pela chinesa – ainda há dúvidas, porém, se a empresa vai continuar permitindo que os computadores da Huawei usarão Windows, seguindo conduta parecida com a do Google. 

Há quem tenha visto benefícios na decisão de Trump: é o caso de Rajeev Suri, presidente executivo da Nokia, uma das principais concorrentes da Huawei no mercado de infraestrutura de telecomunicações. “É possível que haja aqui uma vantagem para nós a longo prazo”, declarou ele a investidores ontem. Suri admitiu que sua companhia está atrás da chinesa no 5G. “Estamos um pouco atrasados no desenvolvimento em algumas semanas ou meses”, disse. Além da Nokia, a sueca Ericsson também deve se beneficiar das tensões entre a gigante chinesa e o governo dos EUA. 

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