Geração Z não quer pagar por recursos extras em apps de namoro e vira desafio para o Tinder

Aplicativos de relacionamento enfrentam desafios financeiros à medida que investidores perdem confiança

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Por J. Edward Moreno (The New York Times )
Atualização:

À medida que o namoro online se tornou tão fácil quanto deslizar o dedo pela tela do smartphone, as empresas donas de aplicativos como Tinder e Bumble se tornaram as queridinhas do mercado. Mas, cerca de uma década depois, essas plataformas estão lutando contra investidores frustrados.

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O Match Group e o Bumble - que compõem quase todo o setor em termos de participação de mercado nos EUA - perderam mais de US$ 40 bilhões em valor de mercado desde 2021. Mesmo em uma época em que os aplicativos são um item básico nos smartphones das pessoas, as duas empresas estão demitindo funcionários e relatando um baixo crescimento de receita.

Ambas as empresas contrataram recentemente executivos que prometeram fazer experiências com novos recursos, na esperança de capturar o crescimento que os investidores desejam. Mas elas enfrentam um obstáculo crítico: não há um número suficiente de jovens dispostos a pagar por assinaturas de aplicativos de namoro - em parte porque os jovens estão cada vez mais procurando plataformas como Snapchat e TikTok para fazer conexões - e não está claro o que mudará isso.

Queda de mais de US$ 40 bilhões no valor de mercado do Match Group e do Bumble desde 2021 revela desafios persistentes Foto: Akhtar Soomro/Reuters

O Match Group e o Bumble geram a maior parte de sua receita - cerca de US$ 4,2 bilhões para ambas as empresas no ano passado - vendendo assinaturas, com fluxos de renda menores provenientes de publicidade. Mas elas estão lutando para aumentar essas vendas. O Match Group conseguiu manter as receitas estáveis no ano passado apenas aumentando seus preços.

No que diz respeito aos investidores, as empresas precisam convencer mais usuários jovens a pagar.

“Wall Street adora modelos de assinatura porque isso lhes dá o conforto de receitas recorrentes”, diz Youssef Squali, analista da Truist Securities.

Ao pagar, os usuários podem desbloquear recursos como passagens ilimitadas e a possibilidade de ver quem viu o perfil. Mas, para muitas pessoas, isso não é suficiente: Ao contrário de outros serviços de assinatura, como Spotify ou Netflix, os aplicativos de namoro não podem garantir que você encontrará o que está procurando.

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“É muito diferente pagar para ter acesso às pessoas”, diz Kathryn D. Coduto, professora da Universidade de Boston que estuda aplicativos de namoro. “Pagar por isso faz com que pareça um pouco estranho.”

Geração Z não quer pagar para namorar

Os millennials, a maior geração do país, estavam na idade ideal para namorar quando o Tinder foi lançado, mas muitos se casaram nos últimos anos, o que geralmente resulta no abandono dos aplicativos. Agora, os principais usuários são da geração Z, um grupo demográfico mais jovem - e menor - com menos renda disponível. Essa mudança geracional representa um desafio para o setor de aplicativos de namoro.

Mandy Wang, uma estudante de 18 anos da Universidade de Nova York, diz que prefere conhecer pessoas pessoalmente ou por meio de uma mensagem direta em plataformas como Instagram ou Snapchat. Os aplicativos de namoro são para uso casual, “como um jogo”, disse ela.

“As pessoas usam aplicativos de namoro, mas não conheço ninguém que pague por eles”, diz Wang. Ela afirma que considera “nojento” pagar por uma assinatura nesses apps.

“Acho que o que estamos vendo é puramente uma mudança demográfica”, diz Jess Carbino, ex-socióloga do Tinder, que agora é consultora e treinadora de namoro.

Falta inovação no Tinder

As dificuldades do Tinder e do setor de aplicativos de namoro se devem, em parte, ao fato de o formato ser praticamente o mesmo há mais de uma década, diz Zach Morrissey, analista da Wolfe Research. E a forma como as pessoas namoram pode ter mudado.

“Esse é um espaço em que a inovação de produtos tem sido relativamente silenciosa nos últimos anos”, afirma.

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Isso está começando a doer. O Bumble, que abriu capital em 2021, vem tendo uma queda constante nas suas ações. O preço das ações do Match Group atingiu uma alta de US$ 169 em 2021. Agora está em US$ 34, cerca de um quinto de seu valor de pico.

O Match Group e o Bumble fizeram algumas mudanças recentemente para convencer os investidores de que podem dar a volta por cima.

Estratégias de expansão e novos recursos buscam atrair usuários jovens e manter a relevância diante da concorrência de plataformas como Snapchat e TikTok Foto: Dado Ruvic/Reuters

Ambas as empresas passaram por algumas mudanças de liderança. O Bumble anunciou no mês passado que a empresa estava demitindo cerca de um terço de sua força de trabalho no primeiro semestre deste ano.

O CEO do Match Group, Bernard Kim, disse aos analistas, em uma teleconferência de 31 de janeiro, que este ano o Tinder estava “adotando uma mentalidade de fracasso rápido, uma estratégia que prioriza a experimentação e os testes rápidos”. Kim assumiu o controle da empresa em 2022, depois de ter sido presidente da Zynga, fabricante de jogos para celular como Farmville.

Kim disse que o Tinder estava repensando o recurso de deslizar e que lançaria novas funções este ano. A plataforma também está pressionando para que mais usuários sejam verificados, uma medida que visa melhorar a segurança e ajudar as mulheres a se sentirem mais confortáveis.

Os desafios, porém, são enormes. “O setor de namoro não está indo a lugar nenhum”, afirma Ken Gawrelski, analista da Wells Fargo.

“O namoro, de modo geral, e o amor, de modo mais geral, é um comportamento humano fundamental”, diz ele. “Portanto, é difícil acreditar que isso mude materialmente. Mas a maneira como namoramos, ou como encontramos parceiros, é uma questão muito importante nessa discussão.”

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Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

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