Golpes no WhatsApp se multiplicam; veja como fazer para se proteger

Criminosos acessam conta do aplicativo de mensagem através de um código enviado ao celular das vítimas; prática se tornou cada vez mais comum no Brasil

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Foto do author Bruna Arimathea
Empresa levou quatro anos para alcançar segundo bilhão de contas ativas Foto: Dado Ruvic/Reuters

Já pode ter acontecido com você: nas últimas semanas, muita gente recebeu mensagens inesperadas, pelo WhatsApp, de um amigo pedindo dinheiro rapidamente. Não é socorro, é um golpe que tem se tornado cada vez mais frequente: a invasão de uma conta no WhatsApp. Segundo especialistas de segurança ouvidos pelo Estado, normalmente os truques dos criminosos começam com um prêmio, cortesia ou até convite para uma festa, em troca de um código enviado diretamente ao celular para SMS. Não se trata de um número mágico, mas sim de um código de verificação que permite aos golpistas acessarem a conta do WhatsApp do "amigo" em questão. 

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Segundo a startup de segurança PSafe, os golpes via WhatsApp afetaram 8 milhões de vítimas no ano passado. E a dor de cabeça de quem caiu na enganação pode ser mais do que apenas recuperar os dados roubados – afinal, o prejuízo geralmente caminha também pela área financeira. "O golpista, quando liga, pede que a vítima envie um número. Trata-se de um código do WhatsApp, enviado pelo aplicativo e que não deve ser compartilhado com ninguém", explica Fabio Assolini, pesquisador sênior de segurança da Kaspersky no Brasil.

Ainda, segundo o dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital da PSafe, uma das tendências cibernéticas para 2020 é justamente o aumento desses crimes pelo aplicativo de mensagem. Por isso, se atentar às tentativas de golpe e à segurança dos dados pessoais é fundamental para não cair nas armadilhas criminosas. Abaixo, veja as principais dicas para se proteger. 

Veja como não cair no golpe do WhatsApp

De acordo com Fabio Assolini, da Kaspersky, a verificação em duas etapas é uma das melhores maneiras de garantir a segurança dos dados nessas situações. Ela possibilita que um código único de seis dígitos, como uma senha, seja criado e requisitado toda vez que o usuário precisar acessar sua conta de outro dispositivo. A função pode ser habilitada no próprio aplicativo do WhatsApp, na aba de "Configurações", e depois em "Conta". 

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Entre as recomendações, o sigilo sobre os códigos é o conselho a ser lembrado. "Jamais informe esse código de SMS para ninguém. Também é muito importante que as pessoas ativem a dupla autenticação. Esse número é importante porque quando você o configura o golpista não consegue ativar a sua conta do WhatsApp a partir de outro aparelho", orienta Assolini.

Outras dicas de segurança recomendadas para evitar o crime são não clicar em links suspeitos ou de origem desconhecidas, recebidos por redes sociais, e-mail ou mensagem de texto. Além disso, as ligações oferecendo serviços exclusivos, festas e convites gratuitos são um ponto de atenção: sempre desconfie e, caso não tenha relação prévia com nenhum dos assuntos, não acredite. Para mensagens de terceiros pedindo dinheiro, a desconfiança também é válida. Sempre cheque por outros meios – por ligação, por exemplo – se o pedido é verdadeiro. 

Caí no golpe, o que fazer?

Se você já foi vítima do golpe aplicado via WhatsApp existem maneiras de recuperar a sua conta com o mesmo número. Assolini explica que, caso a conta não apresente a autenticação, a verificação em duas etapas é criada pelos criminosos logo após roubarem as contas dos usuários. A dica, então, é entrar na sua conta do aplicativo, e, quando solicitado o código unico, tentar qualquer combinação sete vezes. Após as tentativas erradas, o próprio WhatsApp vai bloquear a conta, inclusive no celular dos golpistas, por no mínimo sete dias.

O próximo passo é enviar uma mensagem para o suporte do aplicativo (support@whatsapp.com) e informar a situação. Mas é bom estar preparado: o aplicativo pode pedir algumas informações para comprovar quem, de fato, é o titular da conta, e a liberação pode demorar de cinco a sete dias. 

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*É estagiária, sob supervisão do editor Bruno Capelas

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