Um grupo de mais de 30 empresas de mídia, de 17 países europeus, entrou com uma ação contra o Google em um tribunal holandês na quarta-feira, 28, pedindo indenização de cerca de € 2,1 bilhões (aproximadamente R$ 11,25 bilhões), segundo comunicado de imprensa divulgado pelos escritórios de advocacia Geradin Partners e Stek, que representam as organizações. O grupo alega que as práticas de publicidade digital do Google são anticompetitivas.
Segundo o comunicado, o Google há muitos anos explora sua posição dominante no mercado e as organizações de mídia europeias “sofreram perdas devido a um mercado menos competitivo, o que é resultado direto da má conduta da Google”.
“Sem o abuso da posição dominante por parte da Google, as empresas de mídia teriam recebido receitas significativamente mais altas provenientes de publicidade e pago taxas mais baixas por serviços de tecnologia publicitária”, diz o texto.
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Entre as empresas que fazem parte do grupo estão algumas das principais organizações de notícias da Europa, como Axel Springer, Schibsted e DPG Media, além de jornais menores.
O Google diz em nota: “O Google trabalha de forma colaborativa com editores em toda a Europa – nossas ferramentas de publicidade e as de muitas outras empresas de tecnologia do setor ajudam milhões de sites e aplicativos a monetizar seu conteúdo e permitem que empresas de todos os tamanhos alcancem novos clientes de forma eficiente. Esses serviços se adaptam e evoluem em parceria com esses mesmos editores. Essa ação judicial é especulativa e oportunista. Nós vamos nos opor a ela com vigor e com base em fatos.”
Em junho do ano passado, a Comissão Europeia concluiu preliminarmente que o Google viola leis antitruste e inibe a concorrência na indústria da tecnologia publicitária. Na época, a vice-presidente da Comissão, Margrethe Vestager, afirmou que o Google domina os dois aspectos do mercado de venda de publicidade e o órgão disse que o Google abusou dessa posição ao favorecer seu próprio negócio de publicidade, o que fortaleceu sua capacidade de cobrar altas tarifas por seus serviços. O Google apresentou sua defesa em dezembro de 2023.
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