Google fecha o maior negócio de sua história ao comprar startup por US$ 32 bilhões

Companhia comprou a Wiz, especializada em cibersegurança na nuvem, após tentativas em 2024

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Foto do author Bruno Romani
Atualização:

O Google anunciou nesta terça, 18, que vai comprar a Wiz, uma startup de cibersegurança, por US$ 32 bilhões, o maior negócio da história da empresa — anteriormente, a compra da Motorola, em 2012, por US$ 12,5 milhões ocupava esse posto. O objetivo da gigante é fortalecer seu negócio de computação em nuvem e expandir-se para além do mecanismo de busca e dos serviços de internet.

Com o acordo, o Google adquiriria uma empresa desconhecida da maioria das pessoas, mas que se destaca em serviços de segurança digital para empresas. No ano passado, o Google havia feito uma oferta de US$ 23 bilhões, que foi rejeitada pela startup, que buscava a abertura de capital — o IPO, no entanto, nunca chegou. A concretização do negócio desta vez aguarda aprovação regulatória, território no qual o Google vem encontrando dificuldades.

Google fecha o maior negócio de sua história  Foto: Thibault Camus/AP

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A compra dá força ao Google Cloud, a divisão que vende serviços de computação para outras empresas. Seria também o esforço mais agressivo da gigante da tecnologia para acompanhar a Microsoft, na disputa pelo mercado de segurança cibernética.

“Hoje, as empresas e os governos que operam na nuvem estão procurando soluções de segurança ainda mais fortes e mais opções de provedores de computação em nuvem”, disse Sundar Pichai, executivo-chefe do Google, em um comunicado. “Juntos, o Google Cloud e o Wiz vão turbinar a segurança aprimorada da nuvem e a capacidade de usar várias nuvens.”

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Regulação

A Alphabet, empresa controladora do Google, terá que superar os obstáculos regulatórios antes de comemorar a conclusão do negócio. Atualmente, a companhia é questionada na Justiça americana em relação ao seu poder no mercado.

O Departamento de Justiça processa o Google em dois casos separados de monopólio, um visando a ferramenta de busca e outro buscando desmembrar seu negócio de tecnologia de publicidade digital. Um juiz federal decidiu que a empresa manteve ilegalmente um monopólio nas buscas online e tomará uma decisão até agosto.

No ano passado, os líderes da Wiz temiam que a conclusão do negócio pudesse virar alvo de reguladores. Para tentar afastar novas investigações, o Google afirmou que os produtos da Wiz continuarão disponíveis nas plataformas de nuvem dos concorrentes, incluindo Amazon Web Services, Microsoft Azure e Oracle Cloud. Segundo o Financial Times, se o negócio fracassar, o Google deverá pagar uma multa de US$ 3,2 bilhões, uma das maiores da história.

Mesmo sob o comando do presidente Donald Trump, que assumiu prometendo afrouxar as regras contras empresas de tecnologia, os órgãos reguladores do país continuaram a se posicionar contra a consolidação corporativa. Em janeiro, o Departamento de Justiça entrou com uma ação para bloquear a aquisição da Juniper Networks pela Hewlett Packard Enterprise, argumentando que o acordo eliminaria a concorrência e aumentaria os preços no setor de redes de computadores.

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Investimento em nuvem

A Alphabet passou anos tentando diversificar seu negócio além do mecanismo de busca, do YouTube e da publicidade online, que gera três quartos de sua receita. A companhia criou empresas de risco, como a Waymo, empresa de carros autônomos, e a Verily, que se concentra no setor de saúde, mas essas empresas ainda não decolaram.

Assim, a empresa também passou a apostar no Google Cloud, que, como seus concorrentes Amazon Web Services e Microsoft Azure, oferece uma variedade de serviços para ajudar as empresas a armazenar e analisar dados, bem como executar aplicativos. Porém, o Google Cloud permanece em terceiro lugar no mercado global, com cerca de 12%, atrás do Azure da Microsoft, com 21%, e do líder Amazon Web Services, com quase um terço.

A aquisição da Wiz se alinha a um plano para tornar o Google Cloud um nome importante no setor de segurança cibernética. Sob Thomas Kurian, o executivo-chefe da unidade, o Google Cloud comprou duas empresas de segurança cibernética em 2022, a Mandiant por US $ 5,4 bilhões e a Siemplify por US $ 500 milhões. A estratégia pode ajudar o Google a alcançar a Microsoft, que afirmou gerar mais de US$ 20 bilhões em receita anual com segurança, o que a torna a maior fornecedora mundial de software de segurança cibernética.

Se concluído, o acordo também poderá ajudar a revigorar a expansão da receita do Google Cloud. À medida que o negócio cresceu, seu ritmo geralmente diminuiu, embora a receita no quarto trimestre tenha aumentado 30% em relação ao ano anterior, para US$ 12 bilhões.

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Já a Wiz tem crescido em um ritmo vertiginoso. No ano passado, ela disse que tinha US$ 350 milhões em receita recorrente, em comparação com US$ 100 milhões dois anos antes. A empresa de origem israelense, com sede em Nova York, disse que planeja atingir US$ 1 bilhão em receita recorrente em 2025.

“Esperamos que essa mudança nos permita executar e inovar ainda mais rápido”, disse o cofundador e CEO da Wiz, Assaf Rappaport, no blog da empresa. “Tornar-se parte do Google Cloud é efetivamente colocar um foguete em nossas costas: isso acelerará nossa taxa de inovação mais rapidamente do que poderíamos alcançar como uma empresa autônoma”.

Os investidores da Wiz incluem Andreessen Horowitz, Thrive Capital, Greenoaks e Advent International.

As maiores aquisições da história do Google

  • Wiz (cibersegurança): US$ 32 bilhões
  • Motorola Mobility (telecomunicações): US$ 12,5 bilhões
  • Mandiant (cibersegurança): US$ 5,4 bilhões
  • Nest Labs (hardware): US$ 3,2 bilhões
  • Double Click (publicidade): US$ 3,1 bilhões
  • Looker (análise de dados): US$ 2,6 bilhões
  • Fitbit (hardware): US$ 2,1 bilhões
  • YouTube (internet): US$ 1,65 bilhão
  • Parte das operações da HTC (telecomunicações): US$ 1,1 bilhão
  • Waze (internet): US$ 970 milhões
  • AdMob (publicidade): US$ 750 milhões/ COM NYT

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