O Google anunciou nesta terça, 18, a nova geração de seus chips dedicados à inteligência artificial. Chamados de TPUs (do inglês, Tensor Processing Units), esses chips são desde 2015 o cérebro de alguns dos principais produtos da empresa, como Maps, Tradutor e a busca. Agora, a empresa chega à quarta geração dos TPUs.
Segundo a empresa, um único chip da TPU v4 é duas vezes mais rápido que o seu antecessor, o TPU v3. Quando usado em conjunto com outros chips, o que é conhecido como TPU pod, a quarta geração é até 10 vezes mais rápida do que a terceira geração. O Google afirma que seu novo sistema é mais rápido do que qualquer sistema do tipo disponível comercialmente.
Os sistemas são capazes de entregar 1 exaflop por segundo, ou quintilhão de operações por segundo. Essa é a magnitude aplicada a um cubo mágico, que tem 43 quintilhões de possibilidades de configuração. Esse tipo de processamento será rotina nos servidores da empresa - os chips foram construídos para serem alocados a racks de centros de dados, e levam resfriamento líquido.
Com os novos processadores, a empresa espera poder servir mais gente e permitir que outros modelos de inteligência artificial, mais poderosos, sejam testados pelos seus cientistas. O Google afirma que os novos chips já nascem com impacto zero em termos de pegada de carbono.
Novo modelo de linguagem natural
Os novos chips vão permitir que o Google teste um novo modelo de inteligência artificial para o processamento de linguagem natural (NPL). A compreensão de linguagem natural é fundamental para o funcionamento de serviços da empresa, que vão desde filtros de spam no Gmail à compreensão de voz no Google Assistente.
Assim, a empresa apresentou o MUM (Multitask Unified Model)), um novo modelo originado a partir da arquitetura Transformer, que deu origem a modelos de NPL bastante conhecidos como Bert e GPT-3. Ele será usado na ferramenta de buscas da empresa e é 1.000 vezes mais poderoso que o Bert. Ele é capaz de ser treinado em 75 idiomas ao mesmo tempo - a maioria dos modelos precisa ser treinado em um idioma de cada vez.
O MUM também é capaz de aprender diferentes tarefas ao mesmo tempo. É como o aprendizado de uma pessoa: aprendemos por textos, fotos e vídeos e somos capazes de fazer referências a diferentes conteúdos em diferentes formatos. A ideia com o MUM é que a máquina tenha aprendizado em múltiplas modalidades.
O modelo domínio aberto, o que significa que não se aplica a um único tópico, como reservas de restaurantes.
LaMDA
Além do MUM, o Google apresentou um novo modelo de inteligência artificial voltado para conversas. Assim, como o Bert e a GPT-3, ela também usa a arquitetura Transformer, mas é focada em diálogos. Ainda em estágio de pesquisa, ele promete tomar dar conta dos rumos inesperados de uma conversa e melhorar serviços como o Google Assistente.
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