O governo dos Estados Unidos descartou planos de colocar numa lista de sanções os gigantes tecnológicos chineses Alibaba, Tencent e Baidu, disseram quatro pessoas familiarizadas com o assunto, dando um breve alívio às empresas da China em meio a uma repressão mais ampla dos EUA.
Altos funcionários do governo norte-americano consideravam planos para adicionar os grupos a uma lista de supostas empresas militares chinesas, o que as teria submetido a uma nova proibição de investimentos nos EUA. Mas o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, amplamente visto como tendo uma postura mais pacífica em relação à China, recuou, congelando os planos, disseram as pessoas.
Mesmo assim, o governo planeja avançar esta semana com um plano para incluir outras nove empresas chinesas à lista, disse uma das pessoas. Os Departamentos do Tesouro e de Estado e o Pentágono não responderam imediatamente a pedidos de comentários da Reuters.
Os certificados de ações americanas da Tencent saltaram 2,9% na quarta-feira, 13, enquanto as ações listadas nos EUA do Alibaba saltaram 4,3%. Em Hong Kong, na manhã de quinta-feira, 14, as ações do Alibaba subiram 4,5% e as da Tencent, 4,4%.
A decisão abrupta dá um alívio as profundas divisões dentro de Washington em relação à China, com o presidente Donald Trump tentando consolidar seu legado duro com a China e passar para o presidente eleito Joe Biden medidas agressivas contra a segunda maior economia do mundo.
No mês passado, a Casa Branca adicionou a maior fabricante de chips da China, SMIC, e a gigante do petróleo CNOOC à lista de sanções. Trump também proibiu em janeiro transações nos Estados Unidos com oito aplicativos chineses, incluindo o Alipay, do Ant Group.
As relações entre Washington e Pequim azedaram no ano passado após a reação da China em relação ao coronavírus e sua repressão às liberdades em Hong Kong.
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