A Índia proibiu 59 aplicativos para smartphone, a maioria chineses, incluindo TikTok, UC Browser da Alibaba e WeChat da Tencent, citando preocupações de segurança, informou o governo em comunicado nesta segunda-feira, 29. Os aplicativos são "prejudiciais à soberania, integridade e defesa da Índia, segurança do Estado e ordem pública", afirmou o Ministério da Tecnologia da Informação. A proibição ocorre após um conflito na fronteira entre os dois países no início deste mês, no qual 20 militares indianos morreram.
Espera-se que a proibição seja um grande obstáculo para empresas chinesas como a Bytedance na Índia, que fizeram grandes apostas em um dos maiores mercados de serviços da web do mundo. A Bytedance, com sede em Pequim, tinha planos de investir US$ 1 bilhão no país vizinho, abrir um data center local e aumentar recentemente as contratações.
A Índia é o maior impulsionador das instalações de aplicativos TikTok, respondendo por 611 milhões de downloads vitalícios, ou 30,3% do total, disse a empresa de análise de aplicativos Sensor Tower em abril. Entre outros aplicativos que foram banidos estão o WeChat da Tencent, que foi baixado mais de 100 milhões de vezes no Android, o UC Browser da Alibaba e dois aplicativos da Xiaomi.
O Google disse que ainda estava aguardando ordens do governo, enquanto a Apple não respondeu a um pedido de comentário. A Bytedance não respondeu imediatamente a uma solicitação de comentário. Após o pedido, o Google e a Apple precisarão remover esses aplicativos das lojas Android e iOS.
"Este é o passo mais rápido e poderoso que o governo poderia tomar para pressionar as empresas chinesas", disse Santosh Pai, sócio do escritório de advocacia indiano Link Legal, que assessora várias empresas chinesas.
Há muito tempo o sentimento anti-China fervilha na Índia devido às acusações de importações baratas que inundam o país, mas o conflito na fronteira trouxe tensões à tona com pedidos para boicotar produtos chineses. A alfândega indiana nos portos reteve, desde a semana passada, contêineres provenientes da China, que continham produtos da Apple, Cisco e Dell, informou a agência de notícias Reuters anteriormente.
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