Instagram promoveu pornografia infantil em sua plataforma, mostra relatório

Segundo o Stanford Internet Observatory, algoritmo de recomendação facilitou acesso a conteúdos de abuso sexual infantil

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Por Naomi Nix

THE WASHINGTON POST - A Meta, ex-Facebook, iniciou uma força-tarefa para investigar como o Instagram facilita a disseminação e venda de pornografia infantil. O esforço da gigante segue um relatório do Stanford Internet Observatory, da Universidade Stanford, que descobriu redes de pedofilia na plataforma.

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Os compradores e vendedores desses materiais se comunicavam por meio do recurso de mensagens diretas do Instagram - os algoritmos de recomendação do Instagram tornavam os anúncios dos conteúdos mais eficazes, descobriram os pesquisadores. “Devido ao uso generalizado de hashtags, a falta de remoção das contas e, especialmente, ao eficaz algoritmo de recomendação, o Instagram serve como o principal mecanismo de descoberta para esta comunidade específica de compradores e vendedores”, escreveram os pesquisadores.

Os resultados ilustram mais uma vez como as empresas de internet têm lutado por anos para encontrar e prevenir imagens sexualmente explícitas que violam suas regras de uso. Especialistas destacaram como o abuso de imagens íntimas (a chamada vingança de pornografia) aumentou muito durante a pandemia, levando empresas de tecnologia, sites pornográficos e a sociedade civil a reforçar suas ferramentas de moderação.

Em abril, o Guardian disse que sua investigação de dois anos descobriu que o Facebook e o Instagram se tornaram grandes plataformas para tráfico sexual infantil. O impacto do Instagram sobre crianças e adolescentes tem sido alvo de escrutínio por parte de grupos da sociedade civil e reguladores preocupados com predadores na plataforma, privacidade e os impactos na saúde mental da rede social.

Instagram permitiu disseminação de pornografia infantil, segundo relatório Foto: Dado Ruvic/Reuters

Em 2021, a empresa pausou seus planos de lançar uma versão separada do Instagram especificamente adaptada para crianças menores de 13 anos. Naquele ano, legisladores dos EUA também questionaram o chefe do Instagram, Adam Mosseri, sobre revelações surgidas nos Facebook Papers, documentos vazados pela delatora Frances Haugen. Os relatórios mostravam que o Instagram é prejudicial para uma parcela significativa de jovens usuários, especialmente meninas adolescentes.

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Os pesquisadores de Stanford disseram que o tamanho total da rede de vendedores varia entre 500 e 1 mil contas. Eles disseram que iniciaram sua investigação após o jornal Wall Street Journal reportar casos do tipo. A Meta disse que possui políticas rigorosas e tecnologia para prevenir que predadores encontrem e interajam com adolescentes.

Além da força-tarefa, a empresa disse que desmantelou 27 redes abusivas entre 2020 e 2022, e em janeiro desativou mais de 490 mil contas por violar suas políticas de segurança infantil. “A exploração infantil é um crime horrível”, disse o porta-voz da Meta, Andy Stone, em um comunicado. “Trabalhamos de forma agressiva para combater isso em nossas plataformas e para apoiar a aplicação da lei em seus esforços para prender e processar os criminosos por trás disso.”

Embora o Instagram tenha papel central na facilitação da disseminação e venda de imagens sexualizadas de crianças, outras plataformas de tecnologia têm o mesmo problema, mostrou o relatório. O estudo descobriu que contas que promovem material de abuso sexual infantil são também prevalentes no Twitter, embora a plataforma de Elon Musk pareça estar derrubando esses perfis com mais agressividade. Algumas das contas do Instagram também anunciavam links para grupos no Telegram e Discord, alguns dos quais pareciam ser gerenciados por vendedores individuais, descobriu o relatório. /TRADUÇÃO DE BRUNO ROMANI

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