Depois de três anos e meio da linha Pixel, o Google finalmente lançou um smartphone intermediário: nesta terça feira, 7, a empresa apresentou o Pixel 3a e o Pixel 3a XL, versões “acessíveis” de seu celular premium. Com previsão de chegar ao mercado americano por preços a partir de US$ 400, o aparelho pode popularizar a marca do Google como fabricante de smartphones -- hoje, apesar de ser dono do Android, utilizado por cerca de 90% dos dispositivos móveis do mundo, o Google tem pouca presença no mercado com seus celulares. O anúncio foi feito durante o Google I/O, conferência de desenvolvedores da empresa, realizada nesta semana em sua sede, em Mountain View, Califórnia.
"São aparelhos desenhados para trazer funções premium a um preço acessível para os usuários”, disse Rick Osterloh, vice-presidente sênior de dispositivos do Google, durante o evento. O Pixel 3a e o Pixel 3a XL trazem, como é de se esperar, especificações menos robustas que a do Pixel 3, lançado em outubro passado e vendido a partir de US$ 800 nos EUA.
Foco
No entanto, buscam manter a mesma excelência em uma área em que o Pixel sempre se destacou: a câmera. "O que outros smartphones tentam fazer com muitas câmeras, nós fazemos com software", disse Sabrina Ellis, vice-presidente de gerenciamento de produtos no Google, durante a apresentação, ao destacar que o Pixel 3a traz apenas duas câmeras -- uma na frente, outra na parte traseira. É algo que vai na contramão da indústria: nos últimos meses, Samsung e Huawei, por exemplo, apresentaram smartphones com três ou até quatro lentes só na parte traseira.
Na parte traseira, o Pixel 3a traz uma lente de 12 megapixels, com boa abertura de câmera; na frente, uma lente de 8 megapixels para as selfies. Além disso, traz praticamente os mesmos softwares de correção e ajuste de imagem que os aparelhos da empresa -- afinal, há algum tempo boas fotos vão bem além dos megapixels. Um exemplo é o Night Sight, que ajuda a tirar boas fotos em ambientes pouco iluminados, ou o Top Shot, que usa IA para determinar o “instante decisivo” de uma foto.
No Pixel 3a, o processador é o Snapdragon 670 e o armazenamento é de 64 GB; já a memória RAM tem 4 GB -- números condizentes com o mercado de aparelhos intermediários. A bateria é de 3.000 mAh e o celular tem tela OLED de 5,6 polegadas. Já o Pixel 3a XL, que deve ser vendido por cerca de US$ 480, tem tela LCD de 6 polegadas e uma bateria maior, de 3.700 mAh. Os dois aparelhos terão a capacidade de durar até 30 horas com uma única carga -- e podem ficar ligados por até 7 horas com uma carga rápida, de 15 minutos, promete o Google.
Os aparelhos também herdarão da linha Pixel recursos exclusivos do Google Assistant, o assistente de voz do Google. É o caso do Duplex, função que causou furor no I/O do ano passado: ela permite que uma inteligência artificial reserve um restaurante para o usuário, fazendo uma ligação para o estabelecimento como se fosse um humano. Outra função interessante é uma que bloqueia ligações de telemarketing.
Lançada em 2016, a linha Pixel está disponível em mercados como EUA, Europa e Ásia, mas nunca chegou às lojas do País. Ainda não há confirmação oficial, mas é possível que, com preços mais acessíveis, seja possível ver a linha chegando agora ao mercado brasileiro.
Central conectada
O Google anunciou ainda uma série de produtos para a casa conectada -- inclusive, sua linha de produtos agora será rebatizada com a marca Nest, da qual a empresa já produzia termostatos e câmeras de segurança. O principal novo produto da linha é o Nest Hub Max, uma central para a casa conectada, que permitirá ao usuário controlar outros dispositivos inteligentes e fazer videochamadas, com ajuda de sua câmera.
Com ajuda de reconhecimento facial, a câmera também será capaz de identificar qual usuário está à sua frente e mostrar detalhes de sua conta -- como os compromissos de um pai de família ou a lição que o filho adolescente tem que fazer para a escola. O aparelho estará disponível por US$ 229, nos EUA, Austrália e Reino Unido. Já o Nest Hub fica mais barato, por US$ 129 --lançado no ano passado, ele tem uma tela menor que a do Nest Hub Max, além de não ter câmeras.
*O jornalista viajou a Mountain View a convite do Google.
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