Julgamento do caso Uber-Waymo é adiado após revelação de provas

Justiça dos EUA concedeu pedido de divisão de carros autônomos do Google, depois de descobrir que aplicativo de carona paga, acusado de roubar tecnologia de sensores, reteve evidências no caso

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Por Agências
AWaymo exige pagamento milionário para encerrar processo aberto contra o Uber por suposto roubo de tecnologia. Foto: (AP Photo/Eric Risberg, File)

O Uber reteve provas em um processo de alto nível aberto pela Waymo, divisão de carros autônomos da Alphabet, disse um juiz norte-americano nesta terça-feira, 28, lançando um novo golpe na mais valiosa empresa privada dos Estados Unidos, à medida que tenta completar uma venda de ações de vários bilhões de dólares. 

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O juiz William Alsup concordou com o pedido da Waymo de adiar o julgamento programado para a semana que vem, dizendo que seria uma "grande injustiça" forçar Waymo a ir ao tribunal como planejado, dada a nova evidência.

A Waymo acusou o Uber de ocultar uma carta do advogado de um ex-analista do aplicativo para um advogado do Uber, dizendo que continha fatos importantes sobre o caso, de acordo com um arquivo do processo na segunda-feira, 27. 

Alsup ordenou que o ex-analista de segurança do Uber Richard Jacobs comparecesse no tribunal. Na audiência desta terça-feira, Jacobs testemunhou que sua carta continha alegações de que o grupo de análise de mercados do Uber “existe exclusivamente com o propósito de adquirir segredos comerciais, base de código e inteligência competitiva”.

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Os funcionários do Uber que pesquisam rivais receberam treinamento com o objetivo de "impedir, obstruir ou influenciar qualquer processo contra o Uber", disse Jacobs, incluindo uma estratégia de comunicação "para garantir que não criamos rastros (que voltariam para) perseguir a empresa em qualquer potencial processo civil ou criminal".

A Waymo processou o Uber em fevereiro, alegando que o ex-executivo da Waymo Anthony Levandowski baixou mais de 14 mil arquivos confidenciais antes de deixar a empresa para montar uma companhia de caminhões autônomos, chamada Otto, que o Uber adquiriu logo depois.

O aplicativo negou usar qualquer um dos segredos comerciais da Waymo. Levandowski se recusou a responder a perguntas sobre as alegações, citando proteções constitucionais contra auto-incriminação.

O julgamento estava programado para começar em 4 de dezembro. A Waymo disse que soube de novas evidências na semana passada depois que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos compartilhou as informações com Alsup.

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