O empresário Mark Zuckerberg quer colocar a Meta (empresa-mãe do Facebook, Instagram e WhatsApp) na corrida da inteligência artificial (IA) e revelou alguns detalhes do plano da companhia para avançar nessa área. Além disso, o grupo quer construir o que o mercado de tecnologia chama de “inteligência artificial geral” (AGI, na sigla em inglês), que seria capaz de ter as mesmas habilidades que um cérebro humano.
“Nossa visão de longo prazo é criar a inteligência geral, abrir o código-fonte de forma responsável e torná-lo amplamente disponível para que todos possam se beneficiar”, escreveu Zuckerberg na noite desta quinta-feira, no Threads, o aplicativo de texto do Instagram.
Desenvolver uma AGI e colocá-la no mercado o quanto antes é um dos principais objetivos de Sam Altman, fundador e presidente executivo da OpenAI, startup americana que criou o ChatGPT. Altman não revela prazos, mas, recentemente, afirmou que uma tecnologia desse tipo deve estar pronta “relativamente em breve”.
Em novembro, foi revelado que a OpenAI havia dado um passo signifiticativo rumo à AGI, com a criação de uma tecnologia de inteligência chamada Q* (Q-Star). A ferramenta seria capaz de realizar tarefas matemáticas básicas, algo que outras IAs não são capazes de realizar hoje.
A Alphabet, empresa-controladora do Google, também desenvolve uma AGI, mas revela menos detalhes sobre esses planos. Os trabalhos se concentram na DeepMind, startup comprada pelo grupo e responsável por desenvolver recursos de inteligência artificial desde 2010, quando foi fundada.
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No entanto, a AGI divide opiniões na área de tecnologia. Especialistas apontam que esse tipo de tecnologia ainda está distante e que desenvovê-la irá levar tempo, enquanto outros afirmam que esse tipo de anúncio serve apenas para alavancar os produtos atuais das empresas de tecnologia.
Meta faz investimentos em inteligência artificial
Além da AGI, Mark Zuckerberg detalhou outros planos da Meta para a inteligência artificial.
A companhia está unificando dois laboratórios de inteligência artificial da empresa para acelerar as pesquisas no campo de IA: o Fundamental AI Research (FAIR, na sigla) e o GenAI, criado no final do ano passado para desenvolver produtos para os serviços da empresa.
A Meta anunciou investimento em infraestrutura, o que significa comprar processadores específicos para desenvolver inteligência artificial. Segundo Zuckerberg, até o fim de 2024, a companhia vai ter “aproximadamente” 350 mil chips H100, da Nvidia, totalizando 600 mil unidades gráficas de processamento da empresa.
Nos útlimos meses, as companhias de tecnologia aceleraram o investimento nesses tipos de processadores, que são considerados essenciais para fornecer poder de computação para criar serviços e produtos em inteligência artificial. Por ser a maior fornecedora mundial do mercado, a americana NVIDIA viu suas ações subirem ao longo do ano, chegando à avaliação de mercado de US$ 1 trilhão.
“As duas partes principais de nossa visão (IA e metaverso) estão conectadas”, escreveu Mark Zuckerberg ontem. “Até o final da década, acredito que muitas pessoas conversarão com IAs com frequência durante o dia usando óculos inteligentes, como o que estamos desenvolvendo com a Ray Ban Meta.”
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