Mira Murati: conheça a nova CEO da OpenAI, após expulsão do fundador Sam Altman

Engenheira de 35 anos está na empresa desde 2018 e foi responsável por liderar o projeto do ChatGPT e DALL-E 2

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Foto do author Guilherme Guerra
Atualização:

Nesta sexta-feira, 17, a executiva Mira Murati, 35, diretora de tecnologia (CTO) da OpenAI, startup criadora do ChatGPT, foi apontada como a nova presidente executiva da empresa. Até então, ela ocupava o cargo de chefe de tecnologia e, agora, substitui no cargo Sam Altman, fundador expulso da empresa nesta sexta.

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Segundo o comunicado publicado pelo conselho da OpenAI, a saída de Altman aconteceu por falta de transparência na comunicação do então CEO com o conselho da empresa. “O conselho (da OpenAI) não tem confiança na habilidade de Sam Altman de continuar liderando”, diz o anúncio. “Agradecemos as muitas contribuições de Altman para a fundação e crescimento da OpenAI”.

Agora, Murati assume o cargo como interina até a OpenAI decidir quem deve ser a nova pessoa a ter o cargo mais alto na companhia.

Quem é Mira Murati, nova CEO da OpenAI

Aos 35 anos, a “mãe” do ChatGPT é natural de São Francisco, nos EUA, e formou-se em Engenharia Mecânica pela Universidade de Dartmouth: “Não esperávamos esse nível de emoção ao colocar nosso ‘filho’ no mundo”, diz à revista Time em entrevista publicada em 5 de fevereiro. “Nós, na verdade, até tivemos alguma apreensão em divulgá-lo. Estou curiosa para ver as áreas onde ele vai começar a gerar utilidade para as pessoas e não apenas novidade e por pura curiosidade.”

A OpenAI foi fundada por Sam Altman e pelo empresário Elon Musk, que não faz mais parte da companhia. Murati chegou a trabalhar entre 2013 e 2016 como gerente de produtos sênior na montadora de carros elétricos Tesla, também fundada por Musk. Neste ano, Murati já dividiu a capa da revista Wired com Sam Altman, além de figurar na lista da Time 100NEXT, que destaca jovens líderes em ascensão.

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27/02/2023 ECONOMIA / LINK - Mira Murati, diretora de tecnologia (CTO) da OpenAI Foto: OpenAI Foto: Mira Murati/LinkedIn

Mira Murati iniciou sua carreira em tecnologia trabalhando na empresa de componentes aeroespaciais Zodiac Aerospace, como engenheira de conceitos avançados entre 2012 e 2013. Depois de sair da Tesla, entre 2016 e 2018, foi vice-presidente de Produtos e Engenharia na Leap Motion, de hardware de computador. Desde 2018, a engenheira trabalha na OpenAI.

O ChatGPT não foi a primeira vez que Murati veio a público para falar de IA. Faltando um mês para o lançamento do chatbot, em outubro de 2022, a diretora de tecnologia foi convidada do programa The Daily Show, apresentado por Trevor Noah, para falar sobre outra criação da OpenAI, lançada em 2021: a inteligência artificial DALL-E 2, de geração de imagens.

No programa, a especialista explicou como foi o processo de desenvolvimento da tecnologia: “O DALL-E cria imagens originais nunca antes vistas”, diz ela à Time. “A IA aprendeu as relações entre a descrição da imagem e a própria imagem, reconheceu os padrões e, eventualmente, passou a gerar imagens originais, e não somente cópias daquilo que via”.

Além disso, o Google já criou a sua própria IA, chamada Bard, com a intenção de fazer concorrência à OpenAI. Já a Microsoft realizou uma parceria para implantar o ChatGPT no buscador Bing, rival do Google.

Receio com a inteligência artificial

Apesar de liderar projetos de IA bastante populares no mundo, Mira revela que tem preocupações sobre o potencial de sistemas inteligentes de tecnologia. “Como você consegue que o modelo faça o que você quer que ele faça e como você garante que ele esteja alinhado com a intenção humana e, em última análise, a serviço da Humanidade? Há também uma tonelada de questões sobre o impacto social, e há muitas questões éticas e filosóficas que precisamos considerar”, explicou à Time.

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Durante a entrevista, a engenheira chegou a responder uma pergunta sobre as escolas terem banido o uso do ChatGPT por parte dos alunos, após pesquisas terem atestado a capacidade da IA de passar em provas, como MBA e de capacitação médica nos EUA e até na primeira fase da OAB.

“Quando você abre a IA para o maior número possível de pessoas com diferentes formações e conhecimentos de domínio, você definitivamente ficará surpreso com os tipos de coisas que eles fazem com a tecnologia, tanto na frente positiva quanto na frente negativa”, disse.

*É estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

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