Nessa sexta-feira, 10, o Uber faz sua oferta pública inicial (IPO) na bolsa de Nova York. A expectativa é de que as ações sejam avaliadas entre US$ 44 e US$ 50 dólares, levando o valor da empresa para próximo de US$ 90 bilhões. Dois dias antes, na quarta-feira, motoristas do aplicativo de vários países prometem uma paralisação em busca de melhores condições de trabalho.
Entre as 7 e as 9 da manhã do dia 8, quarta, motoristas dos aplicativos Uber e Lyftem Nova York, Chicago, Los Angeles e São Francisco vão parar seu trabalho, segundo o New York Taxi Workers Alliance, sindicato que reúne motoristas de táxi e aplicativos. Profissionais de cidades do Reino Unido como Londres, Birmingham e Glasgow também aderiram à paralisação, de acordo com o jornal The Independent.
Entre as demandas anunciadas pelo sindicato estão a segurança do emprego, com menos desativações de motoristas; melhores salários, com o fim do cálculo antecipado do preço das viagens; e uma regulação da tarifa, com pelo menos 80% do valor da corrida garantido para os motoristas.
Em seu pedido de abertura de capital enviado à Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC), a empresa citou a insatisfação de seus motoristas como fator de risco para o futuro. Para a companhia, essa insatisfação deve aumentar no futuro, tanto pelo investimento em carros autônomos, quanto pela diminuição planejada nos incentivos para os motoristas, estratégia para aumentar os lucros. O mesmo documento mostra que, em 2018, o Uber faturou no Brasil US$ 959 milhões, aproximadamente R$ 3,8 bilhões.
O pré-candidato à presidência americana pelo Partido Democrata, Bernie Sanders, demonstrou apoio à greve em suas redes sociais: “Pessoas que trabalham para companhias de vários bilhões de dólares não deveriam ter que trabalhar 70 ou 80 horas por semana para sobreviver. Eu apoio os motoristas de Uber e Lyft que vão parar no dia 8 de maio”, tuítou.
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