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Musk compra Twitter: tudo o que você precisa saber sobre o negócio bilionário

Em negociação histórica no mundo de tecnologia, Elon Musk se tornou o dono do Twitter nesta segunda-feira, 25

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Foto do author Bruna Arimathea
Por Bruna Arimathea e Rafael Nunes
Bilionário pagou US$ 54,20 por cada ação do Twitter e virou o novo dono da empresa Foto: Reuters

A rede social do passarinho tem um novo dono: Elon Musk colocou as cartas na mesa e, com uma oferta de aproximadamente US$ 44 bilhões — US$ 54,20 por ação —, levou a plataforma para casa. O negócio aconteceu nesta segunda-feira, 25, após semanas de conversas com o Twitter. 

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O negócio, porém, não aconteceu de um dia para o outro. Mesmo com uma transação rápida, que durou cerca de um mês, o flerte de Musk com o Twitter começou quando o bilionário decidiu comprar uma parte das ações da plataforma, no final de março. O que se desenrolou depois foi uma grande novela pública nas redes sociais. 

Abaixo, veja tudo o que você precisa saber para entender como o Twitter foi parar nas mãos do homem mais rico do mundo:

Quando Musk comprou o Twitter?

O acordo de compra entre Twitter e Elon Musk aconteceu nesta segunda-feira, 25, após uma série de reuniões entre as duas partes. Segundo o jornal americano The Wall Street Journal, a primeira reunião aconteceu no domingo, 24, quando o Twitter reconsiderou a proposta do bilionário para comprar a plataforma. 

Na segunda-feira, a poucos dias antes do balanço trimestral do Twitter, a empresa anunciou em um comunicado formal que havia aceitado a proposta de Musk para adquirir a plataforma.

Por que Musk quis comprar a rede social?

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O dono da Tesla sempre foi um crítico do Twitter em seu perfil pessoal, condição que o colocava como candidato improvável para se envolver com o comando da plataforma. Os comentários recentes do bilionário, porém, caminharam em direção a um discurso de liberdade de expressão. Para ele, o Twitter deveria permitir que usuários pudessem publicar opiniões sem a moderação da plataforma. 

No Twitter, hoje, existem alguns métodos de moderação para determinados assuntos. Também é possível denunciar contas e reportar atividades de usuários que infringirem as regras das políticas de uso. Racismo, homofobia e desinformação são alguns dos assuntos checados pela plataforma. 

Além disso, a atuação política também tem estado nas discussões da empresa. Por conta dos comentários sobre a invasão do Capitólio, por exemplo, em 6 de janeiro de 2021, o ex-presidente Donald Trump foi banido do Twitter — um tipo de comportamento que, na visão de Musk, não deveria ter acontecido.

Quanto custou o negócio?

Ao todo, o Twitter foi vendido por cerca de US$ 44 bilhões e cada papel foi negociado por US$ 54,20, valor que o Twitter não conseguia alcançar desde novembro de 2021. O negócio representa um premium de 38% nos papéis em relação ao dia 1.º de abril, quando Musk revelou que havia comprado 9% da companhia. Ao fim do dia, as ações fecharam em alta de 5,6%.

O plano do homem mais rico do mundo para comprar a rede social, de acordo com o jornal New York Times, envolveria o desembolso de aproximadamente US$ 21 bilhões da sua própria fortuna, cartas de compromisso do banco Morgan Stanley e de um grupo de credores avaliados em cerca de US$ 13 bilhões, além de outros US$ 12 bilhões provenientes de empréstimos a partir de ações do próprio Musk na Tesla, montadora de carros elétricos da qual ele é dono.

Elon Musk fecha acordo por compra do Twitter Foto: Andrew Harrer / Reuters

Por que o Twitter quis vender a plataforma?

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De acordo com o documento oficial divulgado pelo Twitter, a oferta foi aceita por ser uma opção rentável para os acionistas da empresa. Com o papel a US$ 54,20, as ações poderiam ter alcançado o maior valor em muito tempo, principalmente com a pressão de Musk depois que o próprio bilionário se tornou acionista da empresa. 

A venda, porém, teve seus percalços. Quando Musk comprou cerca de 9% do Twitter (por meio de ações), a empresa chegou a oferecer um cargo na diretoria para o bilionário, o que incluía uma posição no conselho da rede social. Musk não aceitou a proposta e sugeriu um movimento maior: comprar 100% da companhia. 

Para evitar a compra, o Twitter acionou uma manobra para proteger seus ativos, conhecida como poison pill (“pílula do veneno”, em tradução literal). Na prática, a movimentação do Twitter faz com que, caso haja compra de 15% ou mais das ações da companhia no mercado aberto, sem aprovação prévia do Conselho, a parte que assumir o controle da empresa deverá pagar um valor extra aos acionistas atuais. 

O Twitter não divulgou quais os motivos para voltar atrás na manobra e reconsiderar a proposta feita por Musk.

O que Musk quer fazer com a plataforma?

Por defender o discurso da liberdade de expressão, é possível que Musk ande por caminhos dentro da ideia de permitir comentários e publicações que hoje não são aceitos na plataforma, mas nada foi confirmado até o momento.

Os únicos planos levantados para o público foram os de trazer mudanças no algoritmo da plataforma para torná-lo um modelo de código aberto, que permitiria aos usuários entender o critério de aparição de postagens em suas linhas do tempo. 

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Além disso, existem planos para o combate de robôs e spam na plataforma. O bilionário acredita que os robôs causem uma falsa fama e relevância para perfis na rede social, que, segundo ele, são seguidos por contas falsas. Recentemente, o presidente da Tesla prometeu que “derrotaria os bots de spam ou morreria tentando”.

Por fim, Musk quer identificar todas as contas de humanos no Twitter, onde hoje é permitido criar contas falsas. A mudança tornaria o Twitter mais similar ao Facebook, onde cada usuário é autenticado pela empresa.

Qual o futuro da rede social?

Ninguém sabe ao certo quanto ao futuro da plataforma, nem mesmo o presidente Parag Agrawal. O indiano tentou tranquilizar os funcionários da empresa e disse que, até o momento, não há nenhuma demissão planejada. “Há, de fato, incerteza sobre o que acontecerá após o fechamento do negócio”, afirmou. As informações foram publicadas pela agência de notícias Reuters e pelo site americano The Verge.

A União Europeia (UE) ainda acha que é muito cedo para comentar sobre a compra do Twitter, mas lembrou que as regras de serviços digitais do bloco se aplicam a todas as principais plataformas.

"Nossa Lei de Serviços Digitais se aplica a todas as principais plataformas, para garantir que seu poder sobre o debate público esteja sujeito a regras democraticamente validadas para proteger melhor os direitos fundamentais online", disse o porta-voz da Comissão Europeia, Johannes Bahrke, em entrevista coletiva.

O Twitter ainda vai ter ações na bolsa?

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Não. Após a conclusão da compra, o Twitter vai se tornar uma empresa de capital fechado e vai sair da listagem da Bolsa de Valores americana. Cada ação foi comprada pelo valor de US$ 54,20 e o acordo de aquisição deve ser finalizado ainda em 2022.

*É estagiário sob supervisão do editor Bruno Romani

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