Não há nenhum limite físico para crescimento da IA, diz CEO da Nvidia

Jensen Huang diz que desenvolvimento de chips especializados não é barreira para evolução da tecnologia

PUBLICIDADE

Foto do author Bruna Arimathea

LAS VEGAS - Jensen Huang, CEO da Nvidia, acredita que não há barreiras para o crescimento da inteligência artificial (IA). Uma das estrelas da CES 2025, principal feira de tecnologia do mundo, o executivo falou com o Estadão em uma sessão de perguntas e respostas.

Para Huang, uma prova de que a expansão da IA não encontra barreiras é o fato de as máquinas já estarem ultrapassando os testes usados para medir a inteligência de sistemas – por trás disso estão os chips que tornaram a Nvidia em uma das principais empresas do mundo.

Huang mostrou novos processadores da Nvidia durante evento na CES 2025 Foto: Patrick T. Fallon/AFP

PUBLICIDADE

“Eu não vejo nenhuma razão física para que não possamos continuar a avançar na computação, então acho que a IA vai progredir muito rapidamente”, afirmou Huang, ao ser perguntado pela reportagem sobre o crescimento da IA.

O executivo disse que o desenvolvimento dos chips da empresa já estão mais rápidos do que uma conhecida teoria do mundo da computação, a Lei de Moore. O conceito foi estabelecido em 1965 por um dos cofundadores da Intel, Gordon Moore. Na época, o executivo previu que o número de transistores em um chip dobraria a cada dois anos. Isso significa que, a cada ciclo, esses processadores se tornariam mais eficientes, com maior capacidade de trabalho e menor custo de produção.

Publicidade

“Nossos sistemas estão progredindo muito mais rápido do que a Lei de Moore. Podemos criar a arquitetura, o chip, o sistema, as bibliotecas e os algoritmos”, disse Huang em uma entrevista ao site TechCrunch. “Se você faz isso, pode avançar mais rápido do que a Lei de Moore, porque poderá inovar em toda a cadeia”.

“Como podemos otimizar todo o sistema, o desempenho que podemos obter é muito mais do que apenas transistores. À medida que aumentamos a capacidade de computação, os pesquisadores podem treinar modelos maiores com mais dados. Temos milhões de dados no processo e é por isso que não vejo nenhuma razão para não continuarmos avançando”, disse o CEO ao Estadão.

Na feira, a Nvidia anunciou uma nova família de processadores RTX, além de mostrar o novo processador Blackwell, GPU que pode processar protótipos e ajustes finos em modelos de linguagem. A Nvidia tem, hoje, mais de 80% do mercado de processadores de IA.

“Não há limites físicos que eu conheça. Uma das razões pelas quais conseguimos avançar tanto foi construir tudo de maneira integrada”, explicou. “Se isso tivesse que ser feito por 20 empresas diferentes, e tivéssemos que integrá-las juntas, o tempo seria mais longo”.

Publicidade

*A repórter viajou a convite da Consumer Technology Association (CTA), organizadora da CES

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.