A Netflix teve, no período entre julho e setembro de 2020, seu menor ganho de assinantes ao longo de um período de três meses. Segundo a empresa, apenas 2,2 milhões de pessoas assinaram o serviço no 3º trimestre – em balanço divulgado nesta terça-feira, a companhia afirmou que foi afetada pelo fim das restrições de isolamento social em diversos países, bem como aumento na competição do mercado de streaming e o retorno dos esportes à TV.
O mercado não reagiu bem à notícia: as ações da empresa chegaram a ser desvalorizadas em 6% após o fechamento do mercado. “O crescimento de assinantes nos EUA ficou estável, o que mostra a saturação da empresa no mercado”, disse o analista Ross Benes, da consultoria eMarketer. Segundo ele, é uma situação incômoda: a receita só poderá crescer se a companhia subir o preço de sua mensalidade.
O crescimento baixo, porém, já era esperado pela empresa, após ver um crescimento de 15,8 milhões de assinantes entre janeiro e março de 2020 – puxado pelo início da quarentena em diversos países. A previsão da empresa é de conquistar 6 milhões de assinantes neste último trimestre, marcado pela concorrência não só de novos serviços, como Peacock (NBC Universal) e HBO Max (Warner), como também pelo retorno dos esportes ao vivo. “A competição pelo tempo dos consumidores e engajamento segue vibrante”, disse a empresa em uma carta aos acionistas.
“Continuamos a ver flutuações trimestrais que não são significativas no contexto do longo prazo de adoção do entretenimento pela internet, que acreditamos ainda estar em seus primeiros passos”, afirmou a empresa ainda. A expectativa é de que a companhia, atualmente com 195,2 milhões de assinantes, bata a marca de 200 milhões nos próximos meses. “Será um ano recorde, com 34 milhões de assinantes”, declarou o co-presidente executivo Reed Hastings. Ao todo, a receita da Netflix cresceu 23% no terceiro trimestre, para US$ 6,44 bilhões. Já o lucro ficou em US$ 790 milhões.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.