Depois de perder 1,2 milhão de assinantes no primeiro semestre, a Netflix deu sinais de recuperação e ganhou 2,4 milhões de assinantes no terceiro trimestre do ano. A informação foi revelada nesta terça-feira, 18, no mais recente balanço financeiro da companhia.
“Após um primeiro semestre desafiador, acreditamos que estamos no caminho para reacelerar o crescimento. A chave é agradar os assinantes. É por isso que sempre nos concentramos em vencer a competição por visualizações todos os dias. Quando nossas séries e filmes empolgam nossos membros, eles contam para seus amigos, e então mais pessoas assistem, se juntam e ficam conosco”, afirmou a empresa em carta para os investidores.
O crescimento não foi apenas trimestral. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a empresa cresceu a base de assinantes em 10 milhões de novas contas.
No total, a Netflix possui 223,09 milhões de assinantes pagos em todo o mundo.
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Segundo a consultoria StreetAccount, a expectativa era que o número de usuários crescesse cerca de 1,09 milhão. A própria empresa calculou, no último trimestre, que o aumento de assinaturas seria de 1 milhão, aproximadamente.
O aumento acima do esperado agradou os investidores. Após o fechamento do mercado, as ações da empresa chegaram a subir 14% na Bolsa americana.
Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o faturamento da Netflix subiu de US$ 7,4 bilhões para US$ 7,9 bilhões, alta de 5,9%. Já o lucro líquido encolheu de US$ 1,4 bilhão para US$ 1,3 bilhão.
Projeções para o fim de ano
Para o último trimestre deste ano, a Netflix projeta receber 4,5 milhões de novos assinantes, número inferior ante igual período de 2021, quando a gigante do streaming adicionou 8,3 milhões ao serviço.
Ainda, a companhia estima faturar US$ 7,8 bilhões, alta de 9,9% na comparação anual.
Ano difícil
Os números positivos sinalizam uma luz para a gigante, que, até aqui, vinha registrando um ano difícil em sua história.
Em 2022, a companhia registrou queda no número de assinantes pela primeira vez em 11 anos — nos dois primeiros trimestres deste ano, a perda foi de 1,2 milhão de assinantes.
Como medida, visando a cortar custos, a Netflix demitiu 450 pessoas em todo o mundo, principalmente nos EUA e na Europa. Segundo apurou o Estadão, foram 17 cortes na América Latina, incluindo o Brasil.
Outra medida é o lançamento da cobrança por compartilhamento de senha. Hoje em testes em alguns países da América Latina, a Netflix passa a cobrar uma taxa extra de perfis compartilhados em diferentes lares. O recurso não tem data de lançamento planejada.
Por fim, a Netflix aposta em um novo plano de assinatura com publicidade, que permite que usuários adquiram planos mais baratos com anúncios dentro da programação. No Brasil, o serviço vai sair por R$ 18,90 mensais a partir de novembro.
A gigante do streaming, porém, avisa que o modelo deve surtir efeito no médio prazo: “Esperamos que a base de assinantes cresça gradualmente com o tempo”, escreveu no balanço desta terça. “Nosso objetivo é dar a potenciais novos assinantes mais opções, e não tirar usuários atuais de seus planos.”
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