Apple fará ‘tributo’ a Jobs em sede de US$ 5 bi

Projeto que deu origem à construção, a ser inaugurada ainda no primeiro semestre, foi idealizado há cerca de seis anos pelo cofundador da empresa

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Por Agências
Novo prédio da Apple usa a maior peça curva de vidro já fabricada no mundo Foto: Reuters

Dentro do computador Macintosh, o cofundador da Apple, Steve Jobs, colocou as assinaturas de seu time – um fato que mostra sua preocupação com detalhes escondidos de seus produtos. O seu último projeto– terminado pouco antes de sua morte em 2011 – também terá essa marca: o novo e futurista campus da Apple, cuja inauguração deve acontecer no segundo trimestre de 2016. 

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Sediado em Cupertino, no Vale do Silício, o novo prédio tem detalhes levados a sério até as últimas consequências: dos componentes elétricos ao acabamento de um cano escondido, nada passou despercebido. Fazer um prédio assim, porém, não é fácil nem barato. Segundo operários que trabalham na obra, o prédio custou cerca de US$ 5 bilhões. Cerca de US$ 1 bilhão será gasto só no interior do prédio. 

Conjunto. O prédio principal é o que mais chama a atenção: trata-se de um grande anel de vidro, que se assemelha a um disco voador, e pode ser um desafio para a movimentação interna. “Não é um prédio que maximiza a produtividade do escritório, mas cria um ícone”, disse Louise Mozingo, professora de arquitetura da Universidade de Berkeley. Procurada pela reportagem, a Apple se negou a comentar a obra da nova sede. 

Quando estiver completa, a sedeserá o local de trabalho de 14,2 mil pessoas, de acordo com a descrição do projeto divulgada em 2013. A principal construção – que terá a maior peça curva de vidro do mundo – será cercada por milhares de árvores.

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O que mais assusta, porém, é a insistência da Apple em tratar a construção com a mesma complexidade de um smartphone: há regras específicas demais. Nenhuma saída de ventilação ou cano, por exemplo, pode ser refletida pelo vidro. Além disso, na maioria das obras, o padrão de desvio de medidas é de três milímetros, mas a Apple exigiu que o limite fosse menor, mesmo para locais escondidos.

“Em telefones, a tolerância precisa ser mínima. Não dá pra fazer isso na obra”, disse um dos arquitetos do projeto. Ao todo, 13 mil trabalhadores participam da construção. 

Detalhes. Segundo os operários, há detalhes curiosos na nova sede da Apple: os botões de elevadores, por exemplo, lembram o botão principal do iPhone. “A Apple sempre esteve muito próxima do design e eles se mantiveram fiéis a alguns princípios e ideais”, disse o arquiteto German de la Torre, que participou do projeto.

Quando o “disco voador” for finalmente inaugurado, a única impressão digital no prédio será a de Steve Jobs, já que os trabalhadores tiveram de usar luvas para evitar marcas nos materiais delicados usados no prédio. “É um prédio que parece uma pintura”, disse Brett Davis, diretor do sindicato regional de pintores. “É definitivamente algo para ser visto – se, por acaso, te deixarem entrar.”

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