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Novo streaming, Quibi quer ser ‘a TV para a era dos smartphones’

Serviço nasce com parcerias como Steven Spielberg e Jennifer Lopez e a possibilidade de trazer vídeos curtos que podem ser vistos na vertical e na horizontal

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Por Nicole Sperling
Atualização:
Meg Whitman e Jeffrey Katzenberg, os fundadores da Quibi Foto: EFE/Etienne Laurent

Previsto para estrear no mercado em 6 de abril de 2020, o Quibi é um novo serviço de streaming de vídeo. Mais um? É: criado por Jeffrey Katzenberg (fundador da Dreamworks) e Meg Whitman (ex-presidente executiva da HP), a plataforma vai competir de frente com serviços como Netflix, Disney+ e Apple TV+. Mas tem um diferencial: a meta dos dois veteranos, que já receberam US$ 1 bilhão em investimentos, é criar uma plataforma “para a era dos smartphones”, com vídeos curtos. 

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Para atrair assinantes, a dupla aposta em uma estratégia curiosa: há programas de grande orçamento, com nomes como o comediante Kevin Hart e o diretor Steven Spielberg. Mas também há influenciadores de toda sorte – que podem transformar o Quibi em uma espécie de companhia casual e diária para fãs de vídeos no mundo todo. Um deles é Shan Boodram, um sexólogo de 34 anos, que tem 506 mil inscritos no YouTube e 260 mil seguidores no Instagram. Ele vai apresentar um programa transmitido cinco vezes por semana, o Sexology With Stan

Outra influenciadora que assinou com a Quibi é Rachel Hollis, que vai ser a anfitriã do Rachel Hollis Show: um programa diário com pitadas de motivação e conselhos para jovens mães. Para Katzenberg, Boodram e Hollis são o equivalente dos dias de hoje para os apresentadores de talk shows. “Quando achamos alguém com quem temos uma conexão, somos leais”, disse ele em uma entrevista. “Ellen de Generes. Oprah Winfrey. Esperamos que é isso que Shan e Rachel façam.”

Na visão de Katzenberg, que também já foi presidente do conselho da Disney, o novo serviço deve competir sim com os serviços de streaming atuais, como Netflix e Disney+. Mas a maior parte de sua audiência, acredita o executivo, virá durante o dia, quando serviços como YouTube, Instagram e Facebook estão mais ativos. A aposta é que os usuários estarão interessados em ver influenciadores como o homem da moda William Belli ou o patinador Adam Rippon. 

Nenhum desses produtores de conteúdo vai abandonar suas redes sociais em prol do Quibi. Junto a eles, haverá ainda programação de vídeos curtos de redes como ESPN, NBC, o canal de celebridades TMZ e a emissora voltada ao público latino Telemundo. São argumentos, espera Katzenberg, que farão os fãs pagar uma assinatura mensal de US$ 8, sem anúncios. Por outro lado, ao oferecer um ambiente mais seguro do que YouTube e Instagram, por conta de sua curadoria, Katzenberg espera atrair anunciantes mais seletos que os rivais. 

“A informação hoje está no mesmo lugar que a indústria fonográfica estava há uns oito anos”, disse o veterano da mídia. “Já achamos nossas gambiarras e truques para conseguir achar informações de diferentes lugares e juntá-las de forma conveniente, sejam notícias, imagens de moda ou esportes. Mas são coisas que ainda não estão sendo profissionalmente produzidas ou curadas. E nem são fáceis de encontrar de um jeito conveniente.”

Todos os vídeos da Quibi poderão ser vistos na horizontal e na vertical, com múltiplos pontos de vista Foto: Robyn Beck/AFP

Outra grande novidade da plataforma é o que se chama de Turnstyle: todos os vídeos presentes no Quibi poderão ser assistidos em modo retrato (vertical) ou paisagem (horizontal). Independentemente do que for a produção, ao rodar o telefone o usuário terá uma visão diferente do que acontece, um ponto de vista – o que dá aos criadores trabalho dobrado, mas também a possibilidade criativa de mexer com a cabeça dos espectadores. 

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A Quibi pretende ainda dividir seu serviço em três partes, no que diz respeito ao tipo de conteúdo: haverá grandes produções, como Spielberg’s After Dark (depois de ficar escuro), uma série de horror produzida pelo diretor de E.T, que só poderá ser vista à noite. Haverá reality shows com gente como Jennifer Lopez. E os programas de influenciadores, chamados de Daily Essentials (Essenciais do Dia, em tradução literal). 

Para a “blogueira” Hollis, parte do apelo no Quibi é justamente o fato de seu modelo de negócios não estar provado. “Já houve várias vezes em que tentei novas plataformas, fiquei animada, mas não deu certo”, disse ela. “Mas como influenciadora, tudo o que a gente sonha é ser uma pioneira a usar algo. A magia é ser a primeira pessoa a entrar em determinado lugar.” / TRADUÇÃO DE BRUNO CAPELAS

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