A Nvidia se tornou empresa mais valiosa do mundo nesta terça-feira, 5, impulsionada por um avanço de mais de 2% em suas ações. A fabricante de chips especializados em inteligência artificial (IA) ultrapassou a Apple no início da tarde, atingindo um valor de mercado de US$ 3,416 trilhões, contra US$ 3,363 trilhões da gigante de tecnologia. No fechamento do mercado, as companhias valiam respectivamente US$ 3,432 trilhões e US$ 3,378 trilhões
A companhia se tornou o símbolo do boom da IA, com a alta demanda de componentes para treinar os grandes modelos de IA. Isso levou a uma grande onda positiva para a companhia, que neste ano já ultrapassou a marca dos US$ 2 trilhões e US$ 3 trilhões em valor de mercado. Nos últimos 12 meses, a companhia teve mais de 200% de valorização.
Recentemente, Mark Zuckerberg, fundador da Meta, afirmou que a próxima grande IA da empresa, o modelo Llama, está sendo treinado em um conjunto de GPUs (os chips especializados em inteligência artificial) que é “maior do que qualquer outra coisa que foi já foi vista anteriormente”. A dona do Facebook e Instagram é um dos principais clientes da Nvidia - mas está longe de ser o único
Além disso, a valorização da Nvidia ocorre em um contexto de alta generalizada para as ações de empresas de semicondutores, que foram impulsionadas pela divulgação do Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços dos Estados Unidos em outubro, medido pelo instituto ISM. O índice superou as expectativas do mercado, indicando um crescimento robusto do setor de serviços e reforçando a confiança dos investidores na economia americana.
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Como a Nvidia ganha dinheiro
Fundada há mais de 30 anos, a companhia do CEO Jensen Huang antecipou em algumas décadas o boom atual da tecnologia - quase sem querer. Criada em 1993, a Nvidia passou a desenvolver em 1999 chips de processamento de vídeo (ou GPUs) para computadores e videogames. Essa tecnologia tornou-se essencial para processar vídeos pesados na indústria de games (abastecendo consoles como Xbox e PlayStation) e indispensável em supercomputadores — que podem ser usados em sistemas de nuvem ou de mineração de criptomoedas, duas áreas em que a Nvidia tornou-se a favorita há anos.
Para qualquer inteligência artificial funcionar, é necessária uma quantia enorme de dados. Estes, por sua vez, exigem uma infraestrutura de computadores de ponta para processar informações. É aí que entram as GPUs: criados para acelerar o processamento gráfico de forma paralela às CPUs (unidades de processamento central, que executam tarefas sequencialmente e com mais consumo de energia), esses chips evoluíram para abastecer as máquinas por onde rodam as redes neurais que turbinam a IA.
Esse processo ocorreu ao longo dos anos, quando especialistas passaram a otimizar as GPUs para algoritmos de IA. Estima-se que são necessárias apenas duas GPUs para realizar o mesmo trabalho em IA de mais de 10 mil CPUs.
Hoje, a Nvidia é líder global em chips gráficos - domina 70% do mercado, segundo a empresa de pesquisas Omdia, deixando para trás rivais como Amazon, Google, Intel, AMD e Qualcomm. A procura cresceu tanto nos últimos anos, em especial em 2023, que startups e outras empresas de tecnologia que querem entrar na corrida da inteligência artificial esperam 18 meses para receber os sistemas da Nvidia, sem optar pela infraestrutura de computação de outras empresas, segundo empresários consultados pelo jornal New York Times. Isso é algo raro em um setor que tem tanta pressa em inovar.
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