O que é o metaverso, conceito que deixou Zuckerberg obcecado?

De olho em um transformação futurística da internet, o Facebook já investiu mais de US$ 50 milhões para construir 'universo virtual'

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Por Redação Link
Atualização:
Zuckerberg disse em julho que a empresa tentará fazer a transição de uma empresa de mídia social para uma empresa especializada em metaverso nos próximos dez ou quinze anos Foto: Stephen Lam/Reuters

Na mira de reguladores e legisladores, o Facebook enfrenta uma de suas piores crises na história depois de ter uma série de documentos vazados sobre sua negligência na moderação de conteúdo — o momento negativo da empresa rendeu até depoimentos no Senado dos EUA e uma forte pressão sobre a atuação da empresa. Mas, aparentemente, a estratégia de Mark Zuckerberg tem sido olhar para um outro caminho e fazer nascer, quase do nada, uma nova marca, que representaria o novo foco de seus negócios em algo chamado metaverso. 

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Com isso, a empresa trabalharia com foco em um grande mundo virtual, e não apenas em redes sociais. A estratégia, claro, parece chegar convenientemente em um momento no qual a companhia precisa fugir de escândalos na nova era. A guinada em direção ao metaverso pode resultar na mudança do nome da própria companhia. 

O rebatismo foi divulgado pelo site especializado em tecnologia The Verge. Só para o projeto de metaverso, o Facebook já destinou mais de US$ 50 milhões. Entretanto, mesmo que a palavra tenha ganhado as manchetes, o seu conceito ainda é desconhecido — um pouco complicado de entender.

O que é o metaverso?

Metaverso é um termo amplo. Geralmente se refere a ambientes de mundo virtual compartilhados que as pessoas podem acessar via internet. O termo pode se referir a espaços digitais que se tornam mais realistas com o uso de realidade virtual (RV) ou realidade aumentada (RA).

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Algumas pessoas também usam a palavra metaverso para descrever mundos de jogos, nos quais os usuários têm um personagem que pode andar e interagir com outros jogadores. Muitos livros e filmes de ficção científica, por exemplo, são ambientados em metaversos completos — mundos digitais alternativos que são indistinguíveis do mundo físico real. Mas isso ainda é ficção. Atualmente, a maioria dos espaços virtuais se parecem mais com o interior de um jogo de videogame do que com a vida real.

O interesse acelerado neste mundo alternativo, porém, pode ser visto como resultado da pandemia covid-19. À medida que mais pessoas começaram a trabalhar e a frequentar a escola remotamente, aumentou a demanda por maneiras de tornar a interação online mais realista.

O Facebook tem, hoje, mais de 10 mil funcionários focados na construção de dispositivos, como óculos de realidade aumentada, que ajudariam a acessar o metaverso da empresa. Na visão de Zuckerberg, esses dispositivos serão tão onipresentes quanto smartphones no futuro. Em setembro, a empresa anunciou um investimento de US$ 50 milhões para construir o metaverso: os recursos seriam usados ao longo de dois anos para garantir que as tecnologias do metaverso sejam "construídas de uma forma inclusiva e empoderadora". 

A empresa também disse que planeja trabalhar com pesquisadores em quatro áreas, incluindo privacidade e segurança de dados, para permitir que os usuários obtenham ajuda se algo que encontrarem no metaverso causar desconforto.

Assim, Zuckerberg encontrou um caminho ideal para os seus interesses: o investimento em um conceito novo traz, não só uma mudança de foco da realidade que a companhia está vivendo, como também coloca o Facebook em uma posição de explorador de terras novas (onde é possível ‘controlar’ melhor aspectos não-descobertos da tecnologia). 

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Facebook não é pioneiro

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A ideia do metaverso está atraindo muito interesse de investidores e empresas que desejam fazer parte do próximo grande acontecimento. Zuckerberg disse em julho que a empresa tentará fazer a transição de uma empresa de mídia social para uma empresa especializada em metaverso nos próximos dez ou quinze anos. É aí que entra a oportunidade de renomeação de marca pretendida pelo bilionário para a empresa mãe do WhatsApp, Facebook e Instagram.

O termo, porém, é popular no Vale do Silício e não conta com a exclusividade do Facebook nos trabalhos. A Microsoft também tem equipes no desenvolvimento dessas tecnologias, mencionando a convergência dos mundos digital e físico. Ainda, o popular jogo infantil Roblox, que estreou na Bolsa de Valores de Nova York em março, descreve-se como uma empresa metaversa. O Fortnite, da Epic Games, também é considerado parte do metaverso. 

Um exemplo de como essas tecnologias podem se transformar em ferramentas úteis é o Google, que está desenvolvendo um recurso chamado Projeto Starline. Ele simula uma videochamada com holografia entre usuários. Por meio de câmeras de alta resolução, a impressão é que os participantes da chamada estão conversando através de uma janela ou de uma parede de vidro. O Facebook pode querer ir ainda além do projeto do Google.

Uma das características que ajuda a formar o metaverso é a interação entre o mundo virtual e o mundo real. No Fortnite, músicos podem fazer shows virtuais dentro da plataforma — com venda de ingressos e público que interage entre si. Em setembro, por exemplo, milhões de pessoas assistiram a cantora Ariana Grande se apresentar virtualmente no Fortnite, disse a Epic Games. É a área vip do mundo digital.

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O metaverso não fica restrito aos eventos musicais. As maiores empresas de moda do mundo, como Hermès, Burberry e Valentino, também transformaram suas passarelas em tapetes virtuais, com avatares de peças que as pessoas podem usar em ambientes metaversos.

Os fãs do metaverso acreditam que este é o próximo estágio no desenvolvimento da internet. No momento, as pessoas interagem entre si online acessando sites como plataformas de mídia social ou usando aplicativos de mensagens. A ideia do metaverso é criar novos espaços online nos quais as interações das pessoas possam ser mais multidimensionais, onde os usuários podem mergulhar no conteúdo digital em vez de simplesmente visualizá-lo./COM REUTERS 

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