A OpenAI apresentou nesta terça-feira, 14, o GPT-4, nova versão do modelo de inteligência artificial que abastece o ChatGPT. Neste momento, o produto está disponível apenas na versão paga do robô de conversação (chatbot), o ChatGPT Plus, e em API para desenvolvedores.
O novo sistema promete mais precisão na geração de texto, o que torna diálogos e conversas com a inteligência artificial mais naturais aos humanos. Segundo a companhia, a tecnologia pode lidar com 25 mil palavras de texto, permitindo conteúdos de escrita mais longos, bem como busca e análises em documentos.
“Passamos seis meses tornando o GPT-4 mais seguro e alinhado”, diz o site da OpenAI. “O GPT-4 tem 82% menos probabilidade de responder a solicitações de conteúdo proibido e 40% mais chances de produzir respostas factuais do que o GPT-3.5 em nossas avaliações internas”.
O GPT-4 é a continuação do GPT, GPT-2 e GPT-3 — este último, até então, era utilizado no ChatGPT, ferramenta de chatbot lançada no final de novembro de 2022 e que tem chacoalhado o mercado com as capacidades de reconhecimento textual do programa.
Ainda assim, a OpenAI reconhece que a nova versão do modelo de linguagem enfrenta obstáculos comuns às IAs.
“O GPT-4 ainda tem muitas limitações conhecidas que estamos trabalhando para resolver, como preconceitos sociais, alucinações e alertas adversários”, diz o site. “Incentivamos e facilitamos a transparência, a educação do usuário e uma alfabetização mais ampla em IA à medida que a sociedade adota esses modelos. Também pretendemos expandir as possibilidades de contribuição das pessoas para moldar nossos modelos”.
Apesar disso, a companhia afirma que o sistema tem performance 40% do que o antecessor no quesito alucinação (nome dado ao fenômeno quando a máquina inventa fato que extrapolam a realidade).
A OpenAI afirma que os dados de treinamento permanecem até setembro de 2021, o que gera limitações nas respostas. Ainda assim, a companhia diz que as respostas são mais factíveis do que antes.
Reconhecimento de imagens
Uma das novidades do GPT-4 é que ele também aceita comandos no formato de imagens (fotos, diagramas e até capturas de tela), não apenas texto - as respostas sempre serão em texto. Desta maneira, o sistema pode, por exemplo, criar legendas para imagens e textos descritivos.
Inicialmente, porém, o recurso de reconhecimento de imagens não estará disponível, o que deve acontecer em um momento posterior.
Para treinar os comandos visuais, a OpenAI firmou parceria com Be My Eyes, startup dinamarquesa cujo app que descreve imagens para pessoas cegas ou com baixa visão.
Acesso limitado
Inicialmente, o GPT- poderá ser acessado apenas pelos assinantes do plano ChatGPT Plus, mas a companhia admite que a alta demanda dentro desse plano poderá forçar a companhia a criar uma nova categoria paga de acesso. A OpenAI diz que espera poder oferecer no futuro acesso gratuito a todos.
Em relação a uso de APIs por desenvolvedores, a OpenAI vai passar a distribuir convites a partir desta terça. O preço para uso será de US$ 0,03 por 1.000 tokens (nome dado ao número designado a cada palavra dentro do sistema).
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.