A OpenAI revelou detalhes na sexta-feira, 27, sobre seus planos de adotar uma nova estrutura corporativa que removerá a empresa do controle de uma organização sem fins lucrativos que tem sido o foco de discórdia.
Os líderes da OpenAI vêm discutindo em particular uma mudança há vários meses, mas forneceram poucos detalhes específicos.
Em uma postagem no blog da empresa publicada na sexta-feira, a OpenAI disse que planejava se reestruturar como uma corporação de benefício público, ou PBC, que é uma corporação com fins lucrativos projetada para criar um bem público e social. Os rivais da OpenAI, como a Anthropic e a xAI, de Elon Musk, usam uma estrutura semelhante.
“O PBC é uma estrutura usada por muitos outros que exige que a empresa equilibre os interesses dos acionistas, os interesses das partes interessadas e um interesse de benefício público em sua tomada de decisões”, disse a empresa. “Isso nos permitirá levantar o capital necessário com termos convencionais, como nossos concorrentes.”
Há um ano, a diretoria da organização sem fins lucrativos tentou demitir o CEO da empresa, Sam Altman. A tentativa fracassou, mas o incidente assustou os investidores da OpenAI, incluindo a gigante da tecnologia, Microsoft. Nos meses que se seguiram, Altman e seus colegas trabalharam para criar uma nova estrutura.
Com a mudança na estrutura, Altman e seus colegas precisam encontrar maneiras de compensar a organização sem fins lucrativos pela perda de controle. A OpenAI disse que a organização sem fins lucrativos receberia ações da PBC, mas acrescentou que o valor que receberia ainda estava sendo negociado por consultores financeiros independentes.
O plano “resultaria em uma das organizações sem fins lucrativos com os melhores recursos da história”, disse a empresa em seu blog. A última rodada de financiamento da OpenAI avaliou a empresa em US$ 157 bilhões.
A OpenAI deu início ao boom da inteligência artificial (IA) generativa no final de 2022 com o lançamento de seu chatbot online ChatGPT, que pode responder a perguntas de forma quase humana. Nos meses que se seguiram, startups e gigantes da tecnologia como Google, Meta e Amazon correram para criar tecnologias semelhantes.
Altman fundou a OpenAI como uma organização sem fins lucrativos em 2015 com vários pesquisadores e empreendedores de IA, incluindo Elon Musk. O objetivo, segundo Altman e seus cofundadores, era desenvolver a IA para o benefício da humanidade e não para os acionistas das empresas.
Mas em 2018, os fundadores da OpenAI perceberam que a criação de uma poderosa tecnologia de IA exigiria muito mais dinheiro do que eles poderiam arrecadar por meio de uma organização sem fins lucrativos.
No início daquele ano, Musk deixou o laboratório. Quando Altman assumiu o cargo de CEO, ele criou uma empresa com fins lucrativos capaz de atrair investidores e prometer retorno financeiro, sem deixar de responder ao conselho da organização sem fins lucrativos. Por fim, a empresa levantou mais de US$ 13 bilhões em financiamento da Microsoft e de outras empresas.
Como maior investidora da OpenAI, a Microsoft também negociou uma parceria que uniu fortemente as duas empresas na concorrência com outras companhias de inteligência artificial. A Microsoft fornece o poder de computação bruto necessário para desenvolver as tecnologias da OpenAI e tem uma licença exclusiva para usar essas tecnologias em seus próprios produtos.
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Mas a Microsoft e outros investidores ficaram insatisfeitos com o controle da empresa sem fins lucrativos sobre a startup quando seu conselho tentou remover Altman em novembro de 2023. O conselho disse que não confiava mais em Altman para desenvolver a IA para o benefício da humanidade.
Musk processou a OpenAI este ano, alegando que a empresa e dois de seus fundadores, Altman e Greg Brockman, violaram o contrato de fundação da empresa ao colocar os interesses comerciais à frente do bem público. A OpenAI negou a alegação.
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