PUBLICIDADE

Presidente do Google Brasil explica ausência do Bard no País: ‘Precisa aperfeiçoar’

Antes de estrear concorrente do ChatGPT no País, executivo diz que é necessário melhorar os modelos de linguagem para o português brasileiro

PUBLICIDADE

Foto do author Bruno Romani
Atualização:

Embora o Google tenha focado a maior parte de seu principal evento no Brasil, o Google for Brasil, em inteligência artificial (IA), uma grande ausência foi sentida na apresentação: o Bard, o chatbot inteligente da companhia lançado para competir com o ChatGPT. Na saída do evento, Fabio Coelho, presidente do Google no Brasil, falou a jornalistas sobre os motivos que fazem o Bard não estar disponível para o Brasil.

Em resposta para pergunta do Estadão, o executivo disse que a ferramenta precisa ser aprimorada - e que o atraso no lançamento esteja ligado à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “Não tem nada a ver com LGPD. As nossas soluções de IA generativa vão chegar ao Brasil ainda neste ano, nos próximos meses. A gente está passando por um processo de curadoria, de análise, de aperfeiçoamento para que ela possa chegar bem ao Brasil”, afirmou.

Em maio, a ferramenta foi disponibilizada em 180 países - ficaram de fora da lista o Brasil e a União Europeia, dois territórios com regras específicas de privacidade e proteção de dados. Ao ser lançado na Europa, o ChatGPT levantou questões em alguns países, como Itália e Espanha, sobre uso indevido de dados. “Não tem nenhum motivo específico (para o atraso). É só um processo de roll-out normal. A gente já está observando melhorar o nosso modelo para o Brasil”, afirmou.

Fabio Coelho fala sobre a IA do Google durante o evento Google For Brasil Foto: Google/Divulgação

PUBLICIDADE

Coelho também reforçou o discurso do Google de lançar sistemas de IA “com responsabilidade”. “A gente quer fazer um lançamento cauteloso embora entenda que, mesmo com o lançamento cauteloso, o processo passa por treinar o modelo, o treinamento do modelo vai fazer com que o modelo fique melhor”, afirmou.

Um dos temores do executivo é reprisar problemas já observados anteriormente com chatbots inteligentes, como a exibição de erros factuais e extrapolação do bom senso (algo chamado de alucinação na comunidade científica). “Acreditamos que a gente consegue ter uma capacidade de minimizar esses problemas, eu não diria resolver, mas minimizar significativamente?”.

Sobre como fazer isso, ele disse: “Primeiro que a gente tem uma base de informação que é maior, a base de informação geral tem muito mais pontos pra gente alimentar o modelo, inclusive em tempo real. E segundo porque a gente já tem uma experiência de como lidar com o processo de valorização de conteúdos bons e promoção de conteúdos não tão bons que fazem parte do nosso processo e das nossas plataformas hoje”.

Ele não citou a OpenAI, dona do ChatGPT, mas deixou claro que o Google tentará o discurso de experiência no segmento.“A gente tem condições de trazer soluções pro Brasil que são melhores que qualquer outra empresa pode trazer”, disse ele.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.