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Qualcomm lança modelos de IA para rodarem com chips de celulares e computadores da marca

Tecnologia de ‘inteligência artificial no dispositivo’ promete ser a próxima onda de inovação, com menor consumo de energia e resposta mais veloz

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Foto do author Guilherme Guerra
Atualização:

BARCELONA - A fabricante americana de processadores Qualcomm anuncia nesta segunda-feira, 23, uma biblioteca de modelos de inteligência artificial (IA) para rodarem com os semicondutores da empresa, que fornece chips para celulares e computadores de diversas marcas, como Samsung. Com isso, a companhia adentra naquilo que especialistas consideram ser a próxima onda de inovação no mercado, a “inteligência artificial no dispositivo” (AI on device).

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O anúncio acontece no primeiro dia da Mobile World Congress (MWC), evento de telecomunicações promovido pela associação internacional GSMA e que acontece anualmente em Barcelona, na Espanha. A conferência segue até quinta-feira, dia 29, e conta com a participação de outros nomes do setor, como a rival Intel.

A biblioteca inclui modelos conhecidos no mercado, como Whisper, ControlNet, Stable Diffusion e Baichuan 7B. Ao todo, vão ser mais de 75 opções pré-otimizadas para serem utilizadas por desenvolvedores e programadores. Esses modelos podem ser encontrados nas plataformas de IA da Qualcomm, do GitHub ou da Hugging Face.

Qualcomm é uma empresa americana conhecida pela fabricação de semicondutores para celulares e computadores Foto: Mike Blake/Reuters - 17/11/2020

Esses modelos poderão rodar em chips que abastecem celulares, computadores, automóveis, dispositivos de realidade virtual (RV), de casa inteligente (IoT), entre outros.

Recentemente, a Qualcomm anunciou processadores próprios para Android (o Snapdragon 8 Series) e para PCs que rodem Windows (Snapdragon X Elite). Ambos são desenhados para rodarem modelos de IA com maior velocidade de processamento e eficiência energética.

‘IA no dispositivo’

Esse lançamento, somado à biblioteca, trata de um passo importante para viabilizar o que o mercado de tecnologia considera ser a próxima onda de inovação no setor de dispositivos eletrônicos: a “inteligência artificial no dispositivo” — ou AI on device.

Atualmente, todo o processamento de tarefas dos modelos de IA é feito na nuvem, como o ChatGPT, da OpenAI. Esse método depende de fazendas de centros de dados onde estão supercomputadores poderosos para rodarem, em nuvem, esses modelos de IA, que consomem bilhões de dados.

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O processo de AI on device permite que processadores desenhados sob medida possam rodar esses modelos de inteligência artificial, que não precisam passar pela nuvem. Ou seja, o chip é criado já pensando que vai realizar uma tarefa específica, como gerar imagens via IA.

Isso permite que desenvolvedores de aplicativos consigam criar programas e serviços com maior facilidade e mais afinidade com o processador, com maior integração. Com a biblitoeca de mais de 75 modelos de IA à disposição, isso deve ficar ainda mais fácil.

Para o usuário final, o projeto de AI on device vai tornar a experiência de receber respostas de um chatbot, por exemplo, mais rápida e com menor consumo de bateria — já que as informações vão ser processadas no próprio dispositivo, sem passar pela nuvem. Há também vantagens de privacidade, pois as informações não passam por servidores externos e ficam “trancadas” no aparelho.

“Vamos capacitar os desenvolvedores a aproveitarem totalmente o potencial dessas tecnologias de ponta e criarem aplicativos cativantes habilitados para a IA”, diz em nota o executivo Durga Malladi, vice-presidente sênio e gerente geral de tecnologia e planejamento e soluçções de ponta da Qualcomm.

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